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Médicos encaminham comunicado de suspensão de plantões no Hospital de Ubaíra

S3 foi procurada para esclarecimentos dos pontos citados.

Médicos que atendiam no Hospital de Ubaíra, encaminharam uma nota ao Mídia Bahia informando o descumprimento de acordo firmado entre os profissionais e a Associação de Proteção a Maternidade a Infância – APMI, representada pela empresa S3 Saúde.

Veja a integra.

A equipe médica (plantonistas) do Hospital de Ubaíra, vem por meio deste comunicado, informar que, em face ao descumprimento do segundo acordo realizado em 22/12/2022, a classe médica não poderá mais arcar com o prejuízo dos seus honorários, exclusivamente de caráter alimentar.

Entendemos que o direito à vida é sagrado e a nossa prioridade é o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde; mas temos tido problemas financeiros insustentáveis causados pelo grande atraso no pagamento por parte da APMIU.

Não temos absolutamente a intenção de paralisar os serviços ou o atendimento médico à população, mas a falta de recursos, descumprimentos com acordos, está levando o hospital da cidade de Ubaíra ao mais absoluto risco de falência e fechamento.

A Instituição vem ao longo dos últimos anos desrespeitando os contratos firmados com os médicos, bem como os acordos para pagamento dos honorários em atraso. Alega falta de saúde financeira para tal, mas o que é evidenciado são contratações de médicos para atuarem como plantonistas mediante pagamento à vista com salários maiores que o usual. Pessoas que não possuem vínculo contratual, tampouco qualquer relação com a Instituição e o Municipio estão laborando por apenas 3 dias e recebendo à vista o valor de um contrato mensal de um médico que está trabalhando em atraso. Isso é um absurdo! Não há como o Hospital explicar a inadimplência junto aos médicos plantonistas se há orçamento para custear médicos de outras regiões, vindo somente dar plantões à vista! É algo incoerente e desrespeitoso com a equipe.

É inaceitável que morram pessoas por causas evitáveis e está possibilidade é real e evidentemente previsível, fruto da inércia e insensibilidade da administração.

Os médicos já fizeram inúmeras tratativas de negociação com os administradores, todas elas sem resolutividade. Desta forma, não há a menor possibilidade de se continuar trabalhando sem receber a contraprestação pelo trabalho árduo que exercem na Instituição. Não podem ser ludibriados com acordos de pagamento que não se cumprem. É uma condição que não pode mais se perpetuar. Por todo o exposto, alertamos para que se tome providências que levem à solução imediata do problema; totalmente alheio à vontade dos médicos signatários deste documento.

Diante dos argumentos supracitados, os médicos Eliezo de Souza Rocha, Fábio Mafra Filadelfo Oliveira, Felipe Barreto de Matos, e Paola Aquino da Silva vêm perante a Instituição APMIU informar que, a partir do dia 01/04/2023, não mais estarão disponíveis para exercerem o seu mister até que esta Instituição regularize os pagamentos dos honorários em atraso.

O Mídia Bahia procurou o representante da empresa S3 Saúde para emissão de nota com esclarecimentos ao pontos citados.

Veja o que diz a empresa.

NOTA

A Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Ubaíra – S3 Gestão em Saúde (APMIU) vem em nota esclarecer a manifestação publicada, sobre remanejamento de médicos plantonistas.

Após comunicado de que os médicos não estariam mais disponíveis para assumir seus plantões, a direção adotou medidas emergenciais para garantir a continuidade do serviço. Devido a coação por parte desses profissionais para como outros médicos da região, no intuito de dificultar acordos, plantonistas avulsos estão sendo contratados, e remunerados no ato do serviço. Os valores são equivalente ao já aplicado aos profissionais da casa.

Historicamente, o hospital sempre teve um desequilíbrio econômico-financeiro. A diretoria da unidade sempre esteve em tratativa com a prefeitura e governo do estado, em busca de alternativas para corrigir a discrepância, honrar pontualmente com todos os compromissos, e garantir continuidade no serviço.

SITUAÇÃO

Com mais de 70 anos de atuação filantrópica, prestando serviços de saúde à cidade, e região do Vale do Jiquiriçá, a unidade vem enfrentando graves problemas financeiros há algum tempo. Só dos últimos dois anos a instituição acumula deficit de mais de R$ 2,5 milhões dividido entre folha de pagamento dos colaboradores, fornecedores, além de honorários médicos. Este último, representa mais de 40% das despesas mensais do hospital.

O hospital tem produção média de 20 mil atendimentos por ano. Do quantitativo geral, mais de 90% dos pacientes atendidos são de Ubaíra. O restante se divide entre cidades vizinhas como Cravolândia, Jiquiriçá, Presidente Tancredo Neves, Lage, entre outras. Possui custo mensal de mais de R$ 330 mil reais. Parte desse valor é custeado pela parceria contratual com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAB) no valor de R$201.656,09, o restante vem sendo bancado com recursos próprios. E apesar de maior parte dos atendimentos contemplarem os moradores de Ubaíra, o município não tem contrapartida no custo operacional do hospital.

A direção ratifica que está em diálogo com a prefeitura de Ubaíra e a Secretaria Estadual de Saúde, construindo uma solução para equilibrar as contas e garantir o funcionamento do hospital o mais breve possível.

O hospital lamenta os transtornos causados pela situação e manifesta profundo respeito, gratidão e reconhecimento aos profissionais que continuam prestando atendimento humanizado e de qualidade.

Ubaíra, 05 de abril de 2023

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