Saúde

Julho Amarelo: Conscientização e exames de imagem são essenciais para detectar câncer ósseo

Sociedades Brasileira de Medicina Nuclear e de Oncologia Pediátrica alertam para sintomas e a importância do diagnóstico precoce.

O chamado Julho Amarelo visa conscientizar a população sobre o câncer nos ossos e a importância do diagnóstico precoce para um tratamento mais eficaz e assertivo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o osteossarcoma é a neoplasia óssea mais prevalente na população infantojuvenil (0 a 19 anos de idade), correspondendo de 3% a 5% de todas as neoplasias nesta faixa etária, sendo mais frequente no sexo masculino e acometendo principalmente ossos longos como fêmures, tíbias e úmero.

“Quando o câncer ósseo tem sua origem na produção de células anormais do tecido ósseo o classificamos como um câncer ósseo primário. Porém, às vezes temos o envolvimento dos ossos por tumores originários de outras partes do corpo – como mama, próstata e pulmões (esses 3 os mais frequentes) – que, quando não detectados no início, podem se alojar nos ossos. Este fenômeno recebe o nome de câncer secundário ou metastático”, explica a Dra. Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

Os exames da Medicina Nuclear são fundamentais para detecção tanto do câncer ósseo primário como dos secundários por dois motivos, como detalha a Dra. Adelina: “Em primeiro lugar, sempre fazemos avaliação de corpo inteiro, adicionadas de imagens especiais dos locais que estão doendo ou inchados. O rastreamento de corpo inteiro permite verificar se houve metástase, ou seja, o espalhamento do tumor para outros órgãos. Isso porque, quando a célula maligna cai na corrente sanguínea, ela pode se alojar em qualquer órgão do corpo”.
 

A avaliação de imagem inicial na suspeita de um câncer ósseo se faz com exames de radiografia simples — o raio-X. Dentre os exames da Medicina Nuclear, o mais comum é a cintilografia óssea, em que há a possibilidade de avaliar a vascularização, ou seja, a irrigação sanguínea dos tumores, a produção de matriz óssea pelos tumores e uma investigação de corpo inteiro. “Este exame vai agregar nas informações das lesões, ajudando a definir se são malignas ou não. Outro exame entendido como de descente importância é o PET-CT com FDG-F18 que não avalia apenas o esqueleto, ou seja, os ossos, mas todo o corpo (pulmão, fígado e vários outros órgãos que podem estar acometidos pela doença), estando ela na fase inicial ou avançada”, aponta a diretora da SBMN.

A maioria das neoplasias ósseas se manifesta com dor intensa (sintoma mais comum), inchaço e aumento do volume dos ossos. Em crianças, isso pode ser confundido com alguma queda, batida ou algo similar. Assim, as mães devem estar atentas a qualquer tipo de queixa feita pelas crianças e adolescentes, como afirma a oncologista pediátrica e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Dra. Flávia Delgado Martins: “Os familiares devem estar atentos a qualquer alteração e devem abrir espaço diariamente para que as crianças e adolescentes exponham suas queixas. É necessário não ignorar os sinais iniciais do câncer, dar atenção às queixas, principalmente as recorrentes, ter acompanhamento médico regular e levá-los para consulta com o pediatra caso surja alguma anormalidade. Afinal, toda queixa importa”.
 

Já a recomendação para os adultos, é que façam os exames de rotina a fim de rastrear os possíveis cânceres mais comuns, como o de mama, próstata e pulmão. “Esses três cânceres mais comuns em adultos podem acometer os ossos de forma secundária. A dor prolongada, que não se justifica por uma causa específica – como a artrose avançada — dores de tempo prolongado (persistentes por mais de 10 ou 15 dias) — podem sinalizar gravidade e os pacientes devem, portanto, procurar um médico para uma avaliação mais avançada”, alerta a Dra. Adelina Sanches, diretora da SBMN.
 

Muitos avanços têm ocorrido no tratamento das neoplasias ósseas nos últimos anos. São progressos fundamentais para melhorar a sobrevida dos pacientes e o resultado funcional. “A sobrevida dos pacientes tem melhorado através dos avanços das técnicas de diagnóstico e tratamento, porém, datas como a do Julho Amarelo são fundamentais para lembrar a população da importância de se procurar um médico para consulta. Quando diagnosticadas no início, as chances de cura das neoplasias aumentam substancialmente além de evitarmos amputações de membros”, finaliza Dra. Adelina Sanches.

Sobre a SBMN

Fundada em 14 de setembro de 1961, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) tem o objetivo de integrar, promover e estimular o progresso da Medicina Nuclear no Brasil. Constituída por médicos especialistas e outros profissionais de áreas correlatadas, como tecnólogos, biólogos, físicos e químicos, a Sociedade tem a missão de trazer inovação, conquista e aperfeiçoamento da área para a saúde brasileira, tornando-se referência nacional e internacional na representatividade da Medicina Nuclear.

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