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V Expedição Mundo Mangue

Expedição científica é uma das maiores já realizados no país sobre o tema e percorre 8.501km até o primeiro Congresso Nacional de Manguezais

Berçários de diversas espécies e escudos contra mudanças climáticas, os manguezais são imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta. Para estimular a conservação e o manejo sustentável desse ecossistema, que está sob constante ameaça humana, a expedição “Mundo Mangue” – ação itinerante do Ecomuseu Natural do Mangue – realiza de 1 a 30 de julho uma série de estudos científicos e ações educativas ao longo da costa brasileira, do Ceará ao Rio de Janeiro, onde será realizado o primeiro Congresso Nacional de Manguezais. O Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, celebrado no dia 26 de julho, é a principal data para impulsionar a sensibilização em prol da sua proteção ambiental.

Mundo Mangue

Apoiados pela Farmácia Pague Menos, como parte de ações sustentáveis de sua linha ECO, cientistas cidadãos utilizarão um museu sobre rodas por 30 dias, percorrendo 13 cidades e seus manguezais, para identificar as comunidades que trabalham para garantir o futuro deste ecossistema. A expedição “Mundo Mangue” vai registrar de forma participativa essas experiências, para um diagnóstico entre regiões. Serão realizadas atividades em rede (pesquisa e educação ambiental) que possam ampliar as áreas protegidas do país, oferecendo um espaço interativo de descoberta e reflexão sobre a ciência e sua biodiversidade, visando a ampliação do acesso da população à cultura oceânica.

“Isso destacará os efeitos das mudanças climáticas e as pessoas que estão fazendo algo a respeito. Proteger os manguezais é garantir a preservação da vida”, ressalta o ambientalista Rusty Sá Barreto, do Ecomuseu Natural do Mangue. “Esta expedição ressalta a importância de nossa parceria com a ONG Guardiões do Mar — por meio do Projeto Do Mangue ao Mar, em convênio com a Transpetro — na realização de um importante espaço que vai reunir grandes nomes da causa ambiental para discutir o futuro do ecossistema. Nosso objetivo conjunto é estudar e explorar os sistemas de suporte à vida de nosso planeta e destacar soluções para garantir sua proteção, restauração e renovação”, completa.

O ConMangue, o Congresso Nacional de Manguezais que reunirá cientistas, educadores, comunidades tradicionais, atores governamentais e sociedade civil, de 17 a 20 de julho de 2023, na Sala Nelson Pereira dos Santos, em Niterói, é o principal destino dessa expedição. Com palestras, painéis, debates e apresentações culturais, será um espaço de aprendizado e trocas para se manter atualizado sobre as pesquisas, políticas e melhores práticas.

“Os manguezais podem desagradar os olhares à primeira vista, mas merecem toda atenção e cuidado. Isso porque, com a proteção dos mangues, garantimos a conservação da sociobiodiversidade, ou seja, para a fauna, flora e pessoas que vivem nele e dele, além de fomentar o desenvolvimento socioeconômico”, explica Pedro Belga, coordenador do Projeto Do Mangue ao Mar, que atua na conservação de manguezais nas Baías de Guanabara e Sepetiba, no Rio de Janeiro.

Em parceria com a RENAMAM – Rede Nacional de Manguezais, palestrantes nacionalmente reconhecidos de ao menos nove estados já estão confirmados na programação. São eles: Lenine (cantor e ativista ambiental), Alexander Turra (UNESCO), Ana Paula Prates (Diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira da Secretaria de Mudança do Clima do MMA), Axel Grael (Prefeito de Niterói), Flávio Lontro (Coordenador Nacional da CONFREM), Paulina Chamorro (Liga das Mulheres pelos Oceanos), Tatiana Alves (APA de Guapi-Mirim), Fundação O Boticário, Luthando pela Vida, Mangues da Amazônia, Oceanpact e integrantes da Rede Nós na Guanabara e da Rede de Conservação Águas da Guanabara – REDAGUA. Estarão presentes também pesquisadores que vão apresentar experiências na recuperação alinhadas à restauração e conservação de manguezais.

As inscrições para o ConMangue e as atividades da expedição “Mundo Mangue” são gratuitas. Ao longo do mês de julho, a expedição ainda aporta no I Encontro Nacional de Educação Museal – Emuse, na Bahia, uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e no Capital Moto Week, o Maior Festival de Motos da América Latina – que em 2023 irá tratar da temática ambiental.

Guardiões do Mar e Ecomuseu aderem à Década da Restauração de Ecossistemas

Há 25 anos, a ONG Guardiões do Mar produz estudos e apoia pesquisas científicas, promovendo o protagonismo juvenil e mobilizando lideranças comunitárias e povos tradicionais para a conservação de manguezais, em especial no combate ao lixo em ecossistemas costeiros. Criou diversas cooperativas nas áreas de reciclagem, pesca responsável e reaproveitamento de resíduos sólidos pós-consumo em sua trajetória, sendo hoje pioneira em educação ambiental inclusiva.

Com o Projeto Do Mangue ao Mar une ambientalistas, lideranças e povos do mar (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo e quilombolas), com o apoio da Transpetro, para desenvolver atividades que fomentam o protagonismo e incentivam o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, por meio de formações continuadas e a realização de eventos, como o primeiro Congresso Nacional de Manguezais.

O Ecomuseu Natural do Mangue também trabalha há 20 anos pelos manguezais, e sua atuação é reconhecida como Patrimônio Histórico-Cultural e Natural do Município de Fortaleza (lei 11053/2020). Recebe alunos, professores e visitantes para aulas de campo voltadas a educação ambiental, destino correto dos resíduos sólidos e reflorestamento de manguezais, além de realizar articulações públicas, palestras, exposições e aulas sobre o tema.

Com ações reconhecidas no fomento à preservação de manguezais, as duas instituições, uma no Ceará e outra no Rio de Janeiro, são parceiras no Brasil da Década das Nações Unidas para Restauração de Ecossistemas (2021-2030). O movimento, liderado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), é um apelo para a proteção dos ecossistemas. Em benefício das pessoas e da natureza, a proposta é deter a degradação e restaurá-los para atingir objetivos globais.

O presidente da ONG Guardiões do Mar, Pedro Belga, reconhece a imensa importância de ser um aliado da Década da Restauração. “Uma década pode parecer muito tempo. Mas essa é uma história que começou a ser construída lá em 2013, quando a primeira área foi restaurada por nós, junto com os povos tradicionais. Desde então, o aprendizado tem sido cotidiano. Agora são os próximos dez anos os mais importantes. Uma luta que não pode ser cumprida por nenhuma entidade sozinha. Na próxima década, todas as ações importam. Todo dia.”

Serviço:
Congresso Nacional de Manguezais – ConMangue
17 a 20 de julho
Na Sala Nelson Pereira dos Santos, em Niterói, RJ
Inscrições gratuitas em www.guardioesdomar.org.br

Expedição Mundo Mangue
1 a 30 de julho
Atividades de ciência cidadã em Fortaleza (Ceará), Natal (Rio Grande do Norte), João Pessoa (Paraíba), Recife (Pernambuco), Maceió (Alagoas), Aracajú (Sergipe), Salvador, Cachoeira e Ilhéus (Bahia), Niterói e Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Brasília (DF) e São Luís (Maranhão).
Acompanhe a rota em instagram.com/ecomunam

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