Saúde

Saúde investiga se oropouche causa microcefalia em bebês

Ministério da Saúde emitiu nota técnica sobre possibilidade de Oropouche, causar microcefalia.

O Ministério da Saúde anunciou que exames laboratoriais confirmaram a presença do vírus oropouche em quatro bebês que nasceram com microcefalia. Ou seja, este fato levou o órgão a emitir um alerta para as secretarias de saúde e gestantes em todo o país. Contudo os casos estão em fase de investigação.

Disseminação e transmissão da febre oropouche

Primeiramente a febre oropouche, causada pelo vírus de mesmo nome, tem se propagado pelo Brasil, com transmissão confirmada em 16 estados. O vetor da doença é o inseto Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, dependendo da região. Os sintomas da febre oropouche são similares aos da dengue e chikungunya, incluindo dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

Transmissão vertical suspeita

Segundo o Ministério da Saúde, há indícios de transmissão vertical do vírus, ou seja, da mãe para o feto durante a gestação. Este fenômeno é inédito para o vírus oropouche, embora vírus da mesma família já tenham causado quadros semelhantes em animais. O virologista Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, destacou que o protocolo desenvolvido pela instituição está sendo utilizado em todo o país para diagnosticar a febre oropouche.

Detalhes dos casos detectados

O Instituto Evandro Chagas que identificou os casos, analisou amostras de soro e líquor de quatro recém-nascidos com microcefalia. Em dois casos, encontrou-se anticorpos da classe IgM contra o OROV no soro e, em outros dois, no líquor. Em suma, este achado é uma forte evidência de transmissão vertical do vírus oropouche.

Recomendações para gestantes

Diante dessa situação, o Ministério da Saúde faz as seguintes recomendações às gestantes:

  1. Evitar áreas com alta presença de insetos e usar telas de malha fina em portas e janelas.
  2. Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  3. Manter a casa e áreas circundantes limpas, incluindo terrenos e locais de criação de animais.
  4. Seguir as orientações das autoridades de saúde locais em caso de confirmação de transmissão na região.

Investigação de casos e aumento da vigilância

Além disso, o Ministério da Saúde está investigando a morte de um feto com 30 semanas de gestação, que apresentava o vírus no sangue do cordão umbilical, placenta e diversos órgãos. Este caso ocorreu em Pernambuco. Ainda assim, Felipe Naveca enfatiza a urgência de aumentar a vigilância para detectar possíveis casos de microcefalia relacionados à transmissão vertical do oropouche.

Aumento de casos e fatores contribuintes

Até o momento, estão confirmados 7.044 casos de febre oropouche no Brasil, com transmissão autóctone em 16 estados. O aumento no número de casos pode ser atribuído a condições climáticas atípicas e ao avanço de áreas de desmatamento, que alteram o comportamento do vetor. A melhoria na vigilância epidemiológica também contribuiu para a detecção dos casos.

Medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde recomenda a intensificação da vigilância para a transmissão vertical do vírus oropouche e o acompanhamento de bebês em mulheres com suspeita de arboviroses durante a gravidez. Em outras palavras, devem ser coletadas amostras e preenchidas fichas de notificação para casos de abortamento, óbito fetal e malformações neurológicas congênitas.

Atualmente, não há terapias específicas para o manejo clínico da febre oropouche. Contudo o tratamento é voltado para o alívio dos sintomas.

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