Saúde

Sandália feita de juta pode servir para repelir o inseto transmissor da dengue

 O calçado é capaz de proteger quem o usa e pessoas próximas, a cerca de um metro de altura e sete metros de distância.

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um método inovador contra o Aedes aegypti, transmissor de dengue, Zika e chikungunya.

 Eles desenvolveram uma sandália com propriedades que repele o mosquito e é confeccionada em juta, um tipo específico de tecido muito usado na decoração de ambientes e em artesanatos. A substância utilizada como método repelente que é adicionada, não pode ser revelada por conta do sigilo científico envolvido nesta etapa da pesquisa.

O calçado é capaz de proteger quem o usa e pessoas próximas, a cerca de um metro de altura e sete metros de distância.

Essa inovação foi desenvolvida na Tanzânia, porém foi adaptada à realidade do Brasil pelo biólogo Tales Batista Ribeiro, durante sua a pesquisa de mestrado no Programa de Pós-graduação em Parasitologia e contou com a contribuição da pesquisadora Elis Paula de Almeida Batista, coorientadora da pesquisa e o orientador professor Álvaro Eiras.

dengue
Tales Batista Ribeiro. Foto: Alessandra Ribeiro | UFMG

Os estudos foram realizados em um laboratório onde recriaram as condições de temperatura e umidade semelhantes a uma situação real. Os mosquitos foram soltos dentro de uma estufa de tela, com voluntários que usavam protótipos dos calçados impregnados com diferentes concentrações do repelente. Os insetos usados nos experimentos são criados em laboratório.

“A pesquisa já comprovou que a sandália de juta repele mesmo o mosquito. A gente pode dizer que é o material, associado a um repelente químico, que é volátil e espacial, então ele fica no ar e cria uma área de proteção em quem está usando o item. Quando o mosquito entra na zona, ele identifica o odor do repelente e se afasta”, explica o pesquisador.

Na primeira etapa, a pesquisa contou com financiamento da Usaid, agência de fomento dos Estados Unidos, e do Ifakara Health Institute (IHI), da Tanzânia. Agora no doutorado, Tales dá continuidade à pesquisa das sandálias repelentes com financiamento da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep).

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