Cotidiano

Pesquisas escolares não devem ficar restritas à internet, alerta pedagoga

PESQUISA INTERNETEm meados da década de 1990 a internet começou a se popularizar no Brasil. Entre tudo que a nova ferramenta tinha a oferecer, um dos principais atrativos à época (e ainda nos dias atuais) era a facilidade em obter informações sobre tudo, dos mais variados assuntos. Parecia o fim de uma era de pesquisas escolares em enciclopédias, livros de história, jornais e revistas antigos, das visitas a sebos e também a bibliotecas. E a internet, para a geração seguinte, acabou se tornando o principal meio de pesquisa para trabalhos escolares. E, para muitos, provavelmente o único. No entanto, Francisca Romana Giacometti Paris, pedagoga, mestra em educação, diretora de serviços educacionais da Saraiva e ex-secretária de Educação de Ribeirão Preto (SP), avalia que a internet deve ser encarada apenas como mais uma ferramenta de pesquisa para os alunos, mas com ressalvas. “Devemos apenas lembrar de que nem tudo o que está na internet é verdadeiro. Há muitas informações falsas, equivocadas. Ou seja, deve haver muito cuidado no que se pesquisa. É sempre bom confrontar as informações buscadas na web com outras fontes também”, sugere. Sobre o fato de que, em determinados casos, muitos alunos optam apenas por se dar ao trabalho de copiar e colar os textos que encontram na internet, sem realizar verdadeiramente uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema proposto em sala de aula, a pedagoga acredita que este não é um problema exclusivo da internet. “Antigamente, os alunos copiavam a mão páginas e mais páginas de enciclopédias, por exemplo. Cabe aos educadores buscarem uma forma de identificar e de coibir essa prática. Mas, acima de tudo, de despertar nos alunos o real sentido e interesse pela pesquisa”, diz. “Pesquisar é muito mais do que dar Control C mais Control V. Esse seria só o começo de uma pesquisa. Depois de coletadas e checadas as informações, tratar analiticamente os dados obtidos à luz de um referencial é verdadeiramente pesquisar”, completa a especialista. A recomendação é também para que os professores não atuem apenas nas duas pontas, a de pedir que os alunos façam o trabalho e, por fim, apenas a de avaliar o que foi feito, dar a nota à pesquisa apresentada. “É importante que os professores busquem acompanhar todo o processo, orientando os alunos sobre qual caminho seguir, com dicas de obras e bibliografias, entre outras maneiras que possam colaborar com o trabalho que está sendo desenvolvido pelo aluno e também incentivá-lo nessa tarefa”, diz a diretora de serviços educacionais da Saraiva. Francisca acredita que para realizar uma boa pesquisa escolar o aluno deve selecionar o maior número possível de informações a respeito, ler com muita atenção tudo o que conseguir encontrar e interpretá-las da maneira mais crítica possível. “E, principalmente, é importante que o texto seja redigido pelo próprio aluno, com uma linha de raciocínio muito clara, apresentando com o máximo de lucidez o que está sendo discutido, suas ponderações a respeito e qual foi sua conclusão sobre o tema“, enumera a pedagoga. E, lógico, que o aluno busque também trabalhar com outros meios de pesquisa, além da internet. (Tribuna)

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