Cidades

‘Não aceitaremos de forma nenhuma que Lula seja preso’, diz líder do MST

mstO coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), João Pedro Stedile, disse que os movimentos sociais não aceitarão “de forma nenhuma” a eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A direção nacional do PT se reúne nesta quinta-feira (25) para reafirmar a candidatura de Lula a presidente da República, um dia depois da derrota do petista por unanimidade no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

“E aqui vai o recado para a dona Polícia Federal e para a Justiça: não pensem que vocês mandam no país. Nós, dos movimentos populares, não aceitaremos de forma nenhuma que o nosso companheiro Lula seja preso”, afirmou Stedile.

“O Poder Judiciário nos deu uma prova de que eles são burgueses. Eles foram didáticos de nos explicar como o Poder Judiciário neste país é antidemocrático e tem lado”, seguiu o líder do MST.

A reunião da executiva, na sede nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), na região central de São Paulo, conta com a presença de Lula. Ele foi recebido ao som do refrão “olê, olê, olá, Lula, Lula”, cantado pelos filiados.

Também no evento, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que os movimentos vão “enfrentar [a decisão] na rua e desautorizar o TRF-4”. Ele prometeu organizar greves em bancos e no setor do agronegócio para protestar contra o que chama de retrocessos cometidos pelos “senhores capitalistas, pais do golpe”.

“Quem financiou o golpe no Brasil foi a burguesia brasileira”, disse Freitas. Segundo ele, em 19 de fevereiro será convocada “a maior greve geral da nossa história” se os deputados “ousarem votar a reforma da Previdência.

A senadora Gleisi chamou de “histórica” a reunião, que para ela ocorre após “um julgamento de caráter político”. “Nós vamos continuar lutando na seara política, que é a nossa seara”, afirmou. Segundo ela, o momento pede uma coalizão de centro-esquerda.

‘DORES DO MORO’

Eugênio Aragão, advogado e ministro da Justiça do governo Dilma, fez uma análise jurídica em seu discurso, enfatizando que as próximas duas semanas serão “cruciais”, com a apresentação de recursos da defesa de Lula e seus desdobramentos.

“Dentro do TRF o ambiente é conflagrado. O tom deixou isso muito claro ontem [quarta]. O relator [João Pedro Gebran Neto] chegou a falar em autodefesa do Judiciário, como se eles se colocassem no lugar de vítima de uma agressão”, disse Aragão.
Para o ex-ministro, a corte não se portou como um órgão equidistante e imparcial. “O tribunal assumiu as dores do juiz Moro e muitas vezes nós vimos os magistrados agindo mais como advogados do Moro do que como juízes.”

Aragão afirmou ainda que os embargos “muito provavelmente serão rejeitados” e manifestou preocupação com a possibilidade de prisão imediata de Lula.

O desembargador Leandro Paulsen, revisor do processo de Lula no TRF-4, foi claro em seu voto ao dizer que isso ocorrerá logo depois que sejam julgados os embargos do ex-presidente.

Na avaliação do ex-ministro, a defesa pode ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) apontar que o TRF-4 adota visão divergente da do Supremo.

O STF considera hoje que a prisão pode ocorrer após o término da tramitação em segunda instância, mas não a coloca como uma decisão obrigatória. BNews.

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