Cotidiano

Mesmo com Carnaval ameaçado, escolas de samba trabalham sonhando com desfiles

Mesmo sem saber se haverá Carnaval em 2021 devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), escolas de samba têm se preparado, sonhando com a possibilidade dos desfiles.

Conforme informou a Folha de S.Paulo o carnavalesco da Colorado do Brás, escola paulistana do grupo especial, André Machado, o trabalho das agremiações começa cedo.

“A pandemia fez a gente ter mais tempo para ler, pesquisar e adiantar o máximo de trabalho, o que por um lado é bom. Mas estou criando e desenvolvendo tudo com muita incerteza, e isso acaba me deixando um pouco desanimado”, disse.

Após realizar uma série de pesquisas, Machado está fazendo desenhos e maquetes para o tema da escola, que homenageará a escritora Carolina Maria de Jesus. “Essa maquete é para trazer uma noção daquilo que seria uma favela [no Brasil] na década de 1960, para entendermos melhor [essa parte do tema]”, explica.

O músico Darlan Alves, 47, faz parte de um grupo compositor de sambas-enredos de escolas paulistanas e afirma que o processo criativo das obras musicais tem enfrentado uma série de dificuldades durante a quarentena.

Anualmente, as escolas realizam concursos internos para definir seus respectivos enredos. Mas desta vez, tudo está acontecendo pela internet. Nada de churrascos, cervejas ou pizzas, como é tradição. “Antes, podíamos reunir dez pessoas numa sala de estúdio para gravar um coral, mas não podemos mais fazer isso. Agora, todas as pessoas precisam estar em salas separadas, e o número reduziu muito. Está bem difícil.”

O músico está compondo sambas-enredos para apresentar às escolas Mancha Verde, Águia de Ouro e Império da Casa Verde. Ele afirma que todos os sambistas sabem da gravidade do momento e, por isso, têm consciência da possibilidade de o Carnaval ser adiado ou cancelado em 2021.

Na Bahia, por exemplo, o governador Rui Costa (PT) já admitiu publicamente que não vê possibilidade de realizar a folia no próximo ano. “Não vejo como autorizar evento de massa com o vírus circulando. A não ser que a gente queira que mais cinco mil, dez mil pessoas morram para a gente fazer uma festa de Carnaval”, afirmou.

Bahia.ba

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