A má alimentação pode ser um dos principais fatores para o diagnóstico de 70% dos casos de diabetes tipo 2. Essa informação foi compartilhada pela revista Nature, através de um estudo realizado entre 1990 e 2018 em 184 países. A pesquisa ainda mostra que a alimentação com produtos ultraprocessados, ricos em carboidratos refinados, açúcares, corantes e pobres em grãos é o principal fator de correlação com a diabetes.
O que é diabetes?
O diabetes é uma doença crônica classificada em dois tipos: o tipo 1 e o tipo 2. As duas variantes da doença são caracterizadas pela incapacidade do corpo em produzir insulina, um hormônio produzido naturalmente no pâncreas. Ela tem como função transportar a glicose presente no sangue para dentro das células (a glicose é fornecida através da alimentação, e sua função dentro da célula é fornecer energia).
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico não consegue diferenciar as células produtoras de insulina no pâncreas de outras células malignas e acaba atacando essas estruturas, levando à insuficiência de produção de insulina. Um paciente que sofre de diabetes tipo 1 deve tomar injeções de insulina sintética diariamente.
Já o diabetes tipo 2 é a variação mais comum e com causas mais relacionadas à alimentação. Nesse caso, o organismo não produz insulina suficiente para metabolizar toda a glicose ingerida, ou, em outros casos, o corpo desenvolve uma resistência à insulina produzida. O tratamento de diabetes tipo 2 requer alimentação mais saudável, como redução de alimentos que produzem altas doses de glicose e uso de medicamentos, como insulina, para combater a doença.
Os principais sintomas dos dois tipos de diabetes incluem aumento da sede, aumento da frequência urinária, perda de peso sem explicação, fadiga em excesso, visão turva e lentidão no processo de cicatrização de feridas. Caso esteja com suspeita de diabetes, é muito importante procurar ajuda médica para realizar todos os exames necessários (normalmente através do exame de sangue) e ter o acompanhamento de um endocrinologista.
Alimentação e diabetes
A relação entre má alimentação e diabetes é muito simples, na verdade. O consumo atual de grandes quantidades de produtos industrializados, ricos em gorduras saturadas e açúcares, é praticamente uma bomba de glicose no sangue.
Com uma alimentação diária com excesso de glicose, o pâncreas, responsável pela produção de insulina, fica sobrecarregado e passa a produzir o hormônio em menor quantidade, ou, em determinados casos, o corpo passa a se tornar resistente à insulina. Dessa forma, o hormônio passa a não ser absorvido, principalmente no fígado e nos músculos, gerando o quadro de diabetes tipo 2.
A alimentação desequilibrada leva a uma deficiência de fibras, vitaminas e minerais, que estão presentes em frutas, legumes e carnes magras, mas ausentes em alimentos ultraprocessados, como frituras, refrigerantes, embutidos, etc. Além disso, a má alimentação leva ao risco de obesidade, um quadro que agrava ainda mais a possibilidade de desenvolvimento de diabetes.
Vale lembrar que a doença pode ser controlada para que o paciente tenha uma vida e níveis de glicose normais, mas a diabetes não tem cura. Uma vez adquirido esse quadro, não é possível reverter.
Para contornar o problema e evitar a diabetes, é preciso ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas e verduras, para que o corpo absorva todos os nutrientes necessários para uma vida saudável.
A suplementação é um caminho viável para adquirir determinadas vitaminas; para isso, é preciso se consultar com um profissional, que, após revisar os exames do paciente, pode receitar os melhores suplementos para cada caso. Vale destacar que praticar exercícios físicos diminui a probabilidade de obesidade e, portanto, dificulta um quadro favorável para o desenvolvimento de diabetes.