Cotidiano

Larvas no corpo? Tire 8 dúvidas sobre esse problema

Já ouviu falar de larvas no ouvido, nariz, embaixo da pele? Por mais “nojento” e estranho que pareça ser, é realmente possível ter esse problema. Vídeos no Youtube mostram vários casos como esses, sendo o mais recente e comentado deles o de um homem com mais de 100 larvas dentro do nariz. Tire suas dúvidas sobre o assunto com informações dos infectologistas Lucas Fernandes de Macedo, professor do curso de medicina da Unifran (Universidade de Franca), e Alexandre Piva, professor do curso de medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo):larvas no corpo

1 – Já foram publicados vários casos sobre larvas no ouvido, nariz, embaixo da pele. Como isso ocorre?:

Na natureza, existem parasitas, também chamados popularmente de “larvas”, que podem se alojar, sobreviver e se reproduzir em seres humanos. “É uma zoodermatose comum em pessoas com lesões de pele, mucosa. A pele ou mucosa lesionada oferece ambiente propício para aderência dos ovos das moscas e posterior eclosão com saída de larvas (berne). Em relação às cavidades e orifícios naturais, as moscas são atraídas pelo odor proveniente da lesão e as larvas alimentam-se de tecido morto (necrosado)”, comentou o infectologista Piva. “Alguns fatores são fundamentais para a existência dessas doenças: a área na qual a pessoa reside, hábitos alimentares e de higiene pessoal, e as condições locais de saneamento básico”, disse o infectologista Macedo. 2 – Em que lugares do corpo é possível ter larvas?: Parasitas podem ser encontrados em vários locais do organismo humano. “Externamente, no tecido abaixo da pele (subcutâneo), em orifícios naturais do corpo, como ouvidos, nariz, boca e até no órgão genital feminino, no caso de mulheres que usam fossa para fazer suas necessidades”, disse Macedo. Esse tipo de parasitose geralmente ocorre com a penetração direta da larva na pele ou da deposição de ovos de moscas, que se transformam em larvas e podem viver e se reproduzir por um longo período até serem detectadas e removidas. São comuns o “bicho geográfico” (causado pela larva migrans cutânea) e a miíase (doença produzida pela infestação de larvas de moscas na pele), também conhecida como berne. As parasitoses que acometem os intestinos, os famosos vermes, são adquiridas por meio da ingestão de alimentos crus ou malpassado e água contaminada. Alguns desses vermes têm um ciclo nos pulmões e podem causar problemas respiratórios e, mais comumente, se desenvolvem nos intestinos, podendo atingir centímetros e até metros de comprimento. Alguns exemplos são a lombriga e a tênia, como informou Macedo.
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3 – Quais são os sintomas de larvas no corpo?: 

As larvas que se alojam externamente causam sintomas locais, como nódulos avermelhados, coceira, sensação de que algo “caminha” debaixo da pele. Podem evoluir com feridas e, em alguns casos, tornam-se até visíveis. As verminoses intestinais causam comumente dor de barriga, diarreia ou intestino preso. As que passam pelo pulmão levam a muita tosse.
4 – Quais hábitos podem favorecer o problema e como se prevenir?: Não lavar as mãos antes de se alimentar, ingestão de alimentos crus ou malpassados e água não-filtrada ou fervida. “Frequentar restaurantes ou lanchonetes nos quais as condições de higiene são precárias e residir em locais onde não existe saneamento básico são os principais fatores de risco para aquisição de doenças causadas por parasitas, que se proliferam mais facilmente nesses ambientes”, alertou o infectologista Macedo. “Restos de alimentos propiciam ambiente ideal para proliferação de várias espécies de moscas produtoras de miíase”, completou Piva. As medidas profiláticas mais eficazes são o combate às moscas que produzem miíase e a cobertura das lesões e ferimentos abertos, principalmente ulcerações com tecidos necrosados ou infectados, sem esquecer o hábito de higienização pessoal, listou Piva.
5 – Como é o tratamento?: Quando os parasitas estão na pele e nos orifícios do corpo, a remoção mecânica geralmente basta para eliminar o problema. Já os que vivem nos intestinos devem ser combatidos com medicamentos específicos, os chamados “vermífugos”, explicou Macedo.
6 – Se não retirar as larvas do corpo, o que pode ocorrer?: No caso de parasitas da pele, podem formar grandes feridas com alto risco de infecção e até lesão de órgãos internos quando as larvas conseguem atingir locais mais profundos. “Não é indicado espremer manualmente a região lesionada”, alertou o infectologista Macedo. A infecção intestinal crônica pode gerar desnutrição e déficit de desenvolvimento em crianças, diarreia crônica, anemia e até disseminação para outras regiões do corpo pela circulação sanguínea, com grandes chances de sérias complicações.
7 – Alguns dos casos de larvas no corpo foram relacionados ao consumo de peixe cru. Quem come pratos crus típicos japoneses está mesmo mais propenso ao problema?: Sim, está mais propenso, como informou o infectologista Macedo. “Para se ter ideia, em 2005, houve um alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária devido à identificação de 27 casos de uma parasitose intestinal relacionada à ingestão de peixes crus consumidos no município de São Paulo”, lembrou o médico. Existe um parasita que ataca o peixe e se aloja na sua musculatura. O ser humano, ao ingerir o peixe infectado cru ou malpassado, pode desenvolver a verminose intestinal e suas complicações quando não-tratada adequadamente, como infecção. O cozimento ou a fritura inativam o parasita, não havendo o risco de infecção humana.
8 – Quais são os tipos de larvas mais comuns encontrados no corpo?: São mais comuns o “bicho geográfico” (causada pela larva migrans cutânea) e a miíase (doença produzida pela infestação de larvas de moscas na pele), também conhecida como berne. (Terra)

 

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