Gabrielli critica falta de provas da Lava Jato e nega 'blindagem' de Lula
O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, criticou os “excessos” que teriam sido cometidos durante as investigações da Operação Lava Jato, que investiga desvios bilionários dentro da estatal. “Prisão preventiva muito longa, ameaças a familiares, usar a prisão para obter delação premiada. São métodos condenáveis em um processo democrático e normal e juridicamente correto”, avaliou. Segundo Gabrielli, até então não há provas “elementares” de que as delações oferecidas por Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, ex-funcionários da empresa, são verdadeiras, o que prejudicou a identificação de quanto realmente foi desviado pelo esquema de corrupção. “O que se tem é a acusação de um criminoso que já mentiu uma vez e pode estar mentindo novamente”, conjecturou. Durante entrevista ao Tribuna da Bahia, o ex-presidente ainda se defendeu das acusações de envolvimento no esquema e de que estaria sendo “blindado” no processo de investigação para proteger o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Não é blindagem. Só não existe nada que me envolva diretamente. […] Como é que durante oito anos você vai identificar isso [o esquema]? A Petrobras tem anos em que tem 300 mil contratos. Não é algo que ocorre em um contrato só”, justificou, ao ser questionado como seria possível que ele não soubesse do problema.
