Um homem que morou na casa da deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD), no fim dos anos 90, disse à Polícia Civil do Rio de Janeiro em depoimento, que participou de rituais secretos com uso de sangue, nudez além de ter feito sexo com a deputada.
A testemunha foi ouvida no inquérito que apura a morte do pastor Anderson do Carmo. Segundo reportagem do site Extra, que teve acesso ao depoimento, o homem disse que conheceu Flordelis em 1995, quando participava de um grupo de orações no Lote Quinze, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele afirma que foi convidado a participar do grupo de orações em sua casa, à época no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Naquela época, o pastor Anderson também já integrava a família.
O homem disse que na época teve que fazer um “ritual de purificação”. Foi obrigado a ficar isolado em um quarto durante sete dias. Vestia roupas brancas e comia apenas de arroz e legumes. Recebia visitas de algumas pessoas da casa. Nesse período foi visitado por Flordelis e fizeram sexo.
“O declarante se recorda que aquilo lhe causou um efeito como se fosse mágico, pois considerava que havia tido relações praticamente com um ser divino, pois era assim que Flordelis se apresentava”, diz trecho do depoimento.
O antigo morador da casa de Flordelis não deu certeza se naquela época já existia envolvimento amoroso entre Anderson e a deputada.
Ainda de acordo com a reportagem do Extra, o homem relatou aos policiais que presenciou a realização de um ritual no qual Flordelis solicitou a alguns filhos que cortassem a mão com uma pequena faca e escrevessem com o sangue salmos da Bíblia.
A testemunha relembrou ainda um ritual, segundo ela feito por um dos filhos afetivos de Flordelis, Alexander Felipe Matos Mendes, conhecido na família como Luan, a mando da mãe. O rapaz teria colocado a foto do empresário Pedro Werneck em cima de uma maçã com fitas coloridas, sendo jogado mel por cima. O ritual tinha o objetivo de iluminar Pedro para ele conseguir algo para o grupo. O empresário ajudou financeiramente a família de Flordelis até poucos anos atrás.
Em outro trecho, o homem disse que quando a família se mudou para uma casa em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, teve autorização para participar de um ritual. Na ocasião o pastor Anderson fico pelado, no centro de um círculo feito a giz. Flordelis então iniciou uma espécie de reza ou manta, no qual oferecia Anderson como oferenda.
O Ministério Público estadual recebeu informações anônimas das práticas que existiam na casa de Flordelis no Jacarezinho. Em duas delas, as denúncias eram de que a deputada fazia rituais de magia negra. As informações foram encaminhadas para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.
A testemunha fez sérias acusações contra Anderson e Flordelis. Disse que após uma adolescente ter recém-chegado na casa da pastora, Anderson pediu a Flordelis autorização para se relacionar sexualmente com a jovem. “Diz que Flordelis autorizou e de fato ocorreu por vezes. No entanto, a jovem não gostava dessa situação, mas obedecia o que era determinado por Flordelis”, diz trecho do depoimento. O homem ainda relatou que Flordelis recebia pastores estrangeiros em sua casa e uma das filhas era oferecida sexualmente para eles.
O homem também contou aos policiais que recentemente foi diagnosticado com transtorno de personalidade esquizotípica e toma medicamentos regulares há seis meses. O homem contou que a doença não chegou a se manifestar ou lhe incomodar em épocas anteriores.
Bnews
