Fernando Henrique diz que PSDB tem mais de um candidato à Presidência
Depois do encontro ocorrido nessa quinta-feira (24), que reuniu líderes do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se pronunciou não apenas sobre a divisão dentro do partido, mas também a respeito da reforma política em discussão no Congresso e os possíveis presidenciáveis tucanos.
Em nota, o presidente de honra do PSDB defendeu a unidade do partido e a propaganda partidária veiculada, no último dia 17. O material foi bastante criticado por uma parte dos tucanos e só agravou o racha.
“Não se pode negar, especialmente depois da Lava Jato, que a população repudia todas as práticas corruptoras na política. O programa de TV mostrou que o partido dá ouvidos à voz das ruas e não pode ser condenado por isso. Tampouco pode ser condenado por reafirmar os compromissos do PSDB com o voto distrital misto e, no futuro – depois de sua implantação e do saneamento dos partidos — com uma nova forma de governo, na minha preferência, semipresidencialista”.
Ele destacou que o programa, ao mencionar o “presidencialismo de cooptação”, não deve ser entendido como um crítica “aos membros do PSDB que ocupam posições governamentais, nem podem constituir ataques aos líderes partidários que sofrem acusações ainda a serem comprovadas”.
Fernando Henrique também defendeu Aécio Neves. “O afastamento do presidente do partido, Aécio Neves, foi um gesto de compreensão do momento político e indica seu empenho em se dedicar a desfazer as acusações que lhe foram feitas. Cabe ao partido, sem prejulgar, dar-lhe confiança para que se defenda. Da mesma maneira, ao presidente em exercício, Tasso Jereissati, que assumiu a liderança em momento crítico, devemos manifestar apoio e respeito, mesmo que alguns façam críticas pontuais a decisões suas”.
Sobre a permanência do partido na base aliada do governo Temer, o ex-presidente afirmou que “não há apoios políticos incondicionais, nem por causa deles se deve deixar de criticar o que consideramos errado. Mas o eleitorado não compreende decisões de abandono que estejam ou pareçam estar apenas ligadas a questões de popularidade. Se existirem divergências mais profundas e substantivas elas devem ser explicitadas”.
Por fim, considerou que o partido tem nomes viáveis para disputar a Presidência em 2018. “Temos candidatos viáveis – escrevo no plural – , enquanto os demais partidos, quando os têm, têm um só, nem sempre inspirador de confiança”, finalizou.
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