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Em um ano, 1 milhão de pessoas passam a trabalhar por conta própria

PROFISSIONAL INFORMALNo período de um ano, entre o trimestre de fevereiro a abril de 2014 e o mesmo período de 2015, mais de 1 milhão de pessoas passaram a trabalhar por conta própria no Brasil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e “acompanham uma diminuição no emprego de carteira assinada”, avalia a economista da Coordenadoria de Trabalho e Rendimento do órgão, Adriana Beringuy. “Temos notado um crescimento do trabalho por conta própria associado a uma redução da ocupação nos setores que utilizam a carteira assinada. Por isso, uma migração é possível”, explica. Segundo dados do IBGE, no trimestre formado entre fevereiro e abril de 2015, o número de pessoas com carteira assinada caiu 1,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado – um total de 552 mil pessoas. A porcentagem da queda de pessoas que perderam o emprego sem carteira assinada, na mesma comparação, foi maior: 3,7%. Para o IBGE, pessoas que trabalham por conta própria são aquelas que são formalizadas – como o microempreendedor individual – ou não, mas trabalham sozinhas, sem funcionários. “Nesse caso, vira empregador. Pode ser também a pessoa que trabalha com a ajuda de algum membro da família.Um ambulante cujo filho ajuda a separar mercadoria, ou um dentista cuja esposa é atendente. Mas sem remuneração”, diz Adriana. É o caso de Maria dos Reis Pinheiro, 32, que buscou uma alternativa ao emprego formal. “Não foi opção, foi por necessidade (que passou a trabalhar por conta própria). Sou do interior, fiquei mais de um ano procurando emprego, tenho ensino médio, mas não tenho experiência. Minha carteira é lisa. Então, passei a vender na rua”, explica Maria, que atua no comércio há cinco anos na Cidade Industrial, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Para o microempreendedor Marcelo Silva de Melo, 42, trabalhar por conta própria foi a alternativa quando ele abandonou o comércio. “Já tive padaria, bar, mas agora eu trabalho para mim mesmo com fotocópias”, explica Melo. Sem funcionários, ele administra uma copiadora no Prado, região oeste de Belo Horizonte. “Antes era uma coisa paralela, mas pesquisei e vi que valia a pena investir nisso.

Hoje, tenho três máquinas minhas”, orgulha-se. Marcelo formalizou sua situação de microempreendedor há cerca de um ano. Mesmo com as dificuldades iniciais, Maria também identifica vantagens em trabalhar por conta própria. “Quando preciso sair, ver alguma coisa dos meus filhos, posso fazer. E se for necessário, venho vender no fim de semana. Tenho liberdade para fazer meu horário”, avalia.

A desvantagem, segundo Maria, é a fiscalização. “Fui à prefeitura (de Contagem), fiz meu cadastro e hoje a fiscalização não me incomoda”, afirma. Marcelo diz que “o retorno financeiro é mais rápido” quando se tem um negócio próprio. Além disso, pode investir no próprio negócio para fazê-lo crescer. “No começo, eu vendia só água, refrigerante e bala. Hoje, já tenho pipoca, cigarro e doce. O rendimento mensal é melhor do que muito emprego fixo”, avalia Maria. Crescer também está nos planos. “Quero começar a trabalhar com lanches próprios e vender aqui”, diz.

Em Minas Maioria. No Estado, entre os optantes pelo Simples Nacional, o número de microempreendedores já ultrapassou o de micro e pequenas empresas (MPEs) em 2015, segundo o Sebrae-MG.

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