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“Ele ia me matar mesmo!” Afirma Presidente da Câmara de Amargosa, vítima de tentativa de homicídio

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Pernas do vereador ficaram feridas após a queda.
Foto: amargosanews

Um homem que ainda não consegue andar. Uma vítima da violência que ainda não se sente segura para voltar para casa. Uma pessoa assustada, que precisa vencer o trauma para retomar a rotina. Assim está a vida de Marcos Paulo, vereador da cidade de Amargosa, a  29km de Mutuípe.

O Varela Notícias conversou, com exclusividade, com o Presidente da Câmara Municipal de Amargosa sobre o drama que viveu no último dia 2. Ele estava em casa quando foi surpreendido por um homem armado, que destruiu as portas da residência para tentar matá-lo. O pior: Trata-se do marido de uma vereadora da cidade.

Com os pés imobilizados por botas ortopédicas, Marcos, de 41 anos, passa a maior parte do dia em cima de uma cama, em uma casa da família, na cidade. Ainda em recuperação das lesões provocadas pela queda que sofreu ao fugir do assassino, Marcos relembra os instantes de medo que passou:

“Era por volta de umas quatro horas da manhã. Eu estava com minha esposa, quando acordei com o barulho, uma ‘zuada’ e pensei que era alguém pedindo socorro”, relembra.

Conhecido pelo apelido adquirido quando trabalhava na Secretaria Municipal de Saúde, “Marquinhos da saúde” foi até a porta para tentar ajudar: Não sabia que um homem armado estava do outro lado, disposto a matar o vereador e Presidente da Câmara.

“Ao abrir a porta, ele deu dois gritos e sacou uma arma. Fechei a porta e fui para os fundos. Disse à minha mulher que ligasse para a polícia e tentei fugir”, afirma Marcos.

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Segundo a Polícia, Tony tem envolvimento com outros problemas.
Foto: Amargosanews

O homem armado é, segundo a vítima, Antonio Reginaldo Campos Neto, o “Tony Campos”, que está nesta foto logo abaixo. A primeira surpresa: Ele é marido de uma vereadora da cidade. A segunda surpresa: Ela o acompanhava no momento do crime. A terceira a ainda mais assustadora surpresa: ambos estavam com a filha, menor de idade, dentro do carro, testemunhando tudo.

Na tentativa de fugir, Marcos subiu no telhado de casa. A intenção era passar para a casa ao lado até chegar a um lugar seguro. “passei para o teto da casa ao lado e, em algum momento, pisei em falso. O telhado era de “eternit” (tipo de telha de amianto) e desci de vez. Como caí em pé, quebrei os tornozelos e o calcanhar do pé esquerdo”, relembra.

Marcos não tem dúvida: A intenção de “Tony” era matá-lo. “Era um foco só, me atingir, não a ninguém mais, nem a minha esposa ele conseguiu enxergar, só queria me achar. Ele arrebentou a porta e uma grade. Se não tivesse isso, teria morrido”.

O Presidente da Câmara foi socorrido por moradores. Tony, a esposa dele e a filha do casal fugiram. Desde a tentativa de homicídio, o acusado está foragido.

A reportagem do Varela Notícias tentou conversar com a esposa do acusado. Ela é a vereadora Viviane Peixoto, do PR, que faz parte do grupo que entrou com um mandado de segurança exigindo o reajuste dos salários pagos aos vereadores de 4 para 6 mil reais, quase 100% do que recebiam até abril deste ano.

Tentamos falar através dos telefones da Viviane. Uma mulher que atendeu as ligações afirmou que a linha telefônica pertence à vereadora, mas que ela “havia saído”.

Em conversa com o responsável por um dos principais sites da região, descobrimos que a vereadora tem evitado falar com a imprensa.

Marcos acredita que o motivo para a tentativa de homicídio seja político: “Em  uma sessão da Câmara anterior ao incidente, a vereadora Viviane teve uma comportamento incomum. Ela atrapalhou a fala dos vereadores. Eu mandei cortar o microfone e ela ainda continuou. Disse que se mantivesse aquela postura, seria advertida por outro meios legais. Não sei o como ela contou isso ao marido”, afirma Marcos.

Em conversa, a delegada titular de Amargosa, Dra. Glória Isabel Ramos, explicou que a prisão preventiva e Tony foi pedida: “Ele já responde por um processo de tentativa de homicídio em 2010 e também tem prisão preventiva por esse caso”, afirma.

Enquanto a polícia procura Tony, Marcos se esforça para recuperar a rotina. Dependente da mãe e da esposa para tudo, ele pode precisar de uma cirurgia para recuperar completamente os movimentos dos pés, prejudicados com a queda.

A volta para a casa, onde tudo aconteceu, ainda é uma dúvida tão grande quanto a incerteza de saber se voltará a andar normalmente: “Não consigo. Tenho pesadelo. Não estou preparado. Não sei se vendo a casa, mas é complicado porque sempre fui agitado e ficar assim é muito ruim”, afirma Marcos. O Presidente da Câmara ainda quer ser vereador, apesar do susto e do receio que o criminoso saia impune. (Varela Notícias)

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