Cotidiano

Chuvas em Salvador devem seguir até o final de semana

Diversos bairros ficaram sem energia na capital baiana

4c3d3ecb82
Avenida Garibaldi também alagada (Foto: Leitor)

A forte chuva que atinge Salvador na manhã desta quinta-feira (30) não é pontual. Um relatório da Defesa Civil de Salvador (Codesal) emitido nesta quarta, aponta a ocorrência de chuvas intensas, pelo menos, até o final de semana. “A frente fria que se desloca sobre a capital baiana deverá favorecer a ocorrência de chuvas significativas nas próximas 72 horas. Assim, chuvas com intensidades variando de fraca a moderada, por vezes fortes, deverão proporcionar riscos de alagamento em algumas áreas da cidade”, aponta o documento. A assessoria de comunicação do órgão ponderou que as chuvas estão em níveis já previstos.

O aguaceiro desta quinta já teve reflexos: regiões da Avenida Paralela, como no Imbuí, e do Costa Azul ficaram sem energia elétrica por conta da queda de raios, segundo a Coelba.

Já a Codesal recebeu, até as 12h21, 99 solicitações de emergência, sendo quatro alagamentos de imóvel, três ameaças de desabamento de imóvel, cinco ameaças de deslizamento de terra, uma ameaça de queda de árvore, um desabamento de imóvel, um deslizamento de terra e uma infiltração. Desses 99 registros, 83 foram feitos em duas horas (entre 10h15 e 12h21). Não há registro de feridos em nenhum dos chamados. A Codesal está com a Operação Chuva e com reforço nas equipes e atende 24 horas por dia pelo telefone gratuito 199.​​​

Trânsito
O trânsito ficou bastante congestionado na Avenida Paralela, no sentido Aeroporto. Em um dos acessos do canteiro de obras do metrô, na altura do Imbuí, foi grande o volume de água que saiu do canteiro e alagou a via. A CCR Metrô Bahia negou que tenha ocorrido o rompimento da barreira que protege o canteiro e informou que equipes estão limpando a avenida (imagem abaixo). Apesar do aguaceiro, o trânsito fluía na Paralela, no sentido Centro.
A caminho do trabalho, a técnica em enfermagem Josefa Souza Costa, 36, saiu de casa por volta de 11h e, ao meio dia, ainda não tinha saído da Pituba, bairro em que mora. “Eu nem sei como lidar com isso. O que devemos fazer é ter tranquilidade e entender que não tem jeito. Salvador é uma cidade verão, todos nós sabemos. A chuva é sinônimo de transtorno”, argumenta. Para ela, a solução foi usar aplicativos de celular para desviar de possíveis pontos de alagamento. “Pior do que ficar no engarrafamento é atolar com o carro”, conclui.

Já na Avenida Vasco do Gama, o alagamento exigiu atenção dos motoristas, assim como na Garibaldi, onde houve um ponto de alagamento na altura do monumento a Clériston Andrade. Na Adhemar de Barros, também em Ondina, estudantes da Universidade Federal da Bahia precisaram subir nos bancos de parada de ônibus por conta das poças. O trânsito já estava livre, no final da manhã, nas avenidas Bonocô e Juracy Magalhães Jr., segundo a Transalvador.

A reportagem do CORREIO percorreu localidades que costumam ser recorrentes em pontos de alagamentos. Em alguns bairros, como Calçada, Largo dos Mares e Água de Meninos, no Comércio, a altura da água impossibilitou o trânsito entre os pedestres. As pessoas tentavam se abrigar sobre os bancos dos pontos de ônibus e embaixo dos viadutos. “A gente se vira como pode, infelizmente ninguém pode deixar de trabalhar por causa de chuva. Mas é crítico, muito crítico”, comentou a diarista Maristela Silva, 48, que pediu abrigo dentro de uma banda de revista no Comércio.

‘Nas mãos de Deus’
No Arraial do Retiro, a comerciante Lina Santana, 38 anos, viu a chuva diminuir o movimento de seu mercadinho. Quando conversou com o Correio, o estabelecimento estava vazio. “Acho que diminuiu uns 30%. Acho que o povo está esperando a chuva passar. Foi muita chuva, a cidade toda deve estar alagada”, afirmou.

Mesmo com o ‘cacau’ caindo, a vendedora de frutas Mainara Queiroz, 20, também não desistiu de manter sua banquinha aberta, na rua. Ela se protegia com o toldo, mas a chuva molhava as frutas e legumes. “Ninguém quer sair de casa para não se molhar, mas a chuva é de Deus. A gente não pode reclamar”, dizia.

O vendedor Fernando Rocha, 33, até tentou esperar a chuva passar para pegar o ônibus. Só que, como o toró não parava, o jeito foi sair de casa assim mesmo. “Tenho que estar no trabalho, em Pau da Lima, às 11h. Se o ônibus não atrasar, acho que consigo”, dizia, esperançoso, pouco antes das 10h.

Ainda no Arraial, a dona de casa Rita de Cássia Cerqueira, 57, aproveitava para tirar, com ajuda de uma vassoura, a água que entrava em seu imóvel – onde mora e onde também funciona a oficina da família. “Quando chove, a gente fica nas mãos de Deus. Tem um córrego aqui do lado, aí a água invade (as casas) e alaga tudo”.

“Se eu pudesse ficava em casa, mas não teve jeito”, disse a estuda te Ana Paula de Jesus Santos, 17 anos, quando esperava o ônibus em um o ponto na Estrada Velha do Aeroporto. Ao lado dela, a secretária Maria de Fátima Viera Melo, 29, era só inquietude. “A chuva não é a minha aflição. Tenho pavor a relâmpago. Só hoje vi dois clarões”, disse.

Chuva na Bahia
A chuva está sendo provocada por uma frente fria vinda da região Sul da Bahia, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Salvador, Claudia Valéria. O temporal atinge também todo o Litoral, região Sudeste e Recôncavo da Bahia. De acordo com a metereologista, com a chuva de hoje, Salvador já acumula 173,5 milímetros de chuva este mês. O número já supera a média esperada de 151,6 mm. A expectativa de volume de chuvas em abril é de 309,7mm.  As informações são do Correio24h.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios