Cotidiano

Acusada de espionagem e banida dos EUA, Huawei se torna maior fabricante de celulares no mundo

A fabricante chinesa Huawei ultrapassou a sul-coreana Samsung e agora é a nova líder no mercado mundial de smartphones. A informação veio de um relatório da Canalys, especialista em análises de mercado, e vale para o segundo trimestre de 2020. A empresa de tecnologia teve a China como principal mercado. A Huawei sofre sanções de diversos países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, que baniu a empresa do fornecimento de componentes para as futuras redes da tecnologia 5G, em virtude de acusações de espionagem.

De acordo com o documento, foram enviados para venda 55,8 milhões de celulares da Huawei no período, enquanto a rival chegou a 53,7 milhões no mesmo período. Ambas apresentaram quedas em relação ao mesmo período do ano passado — 5% e 30%, respectivamente. Em junho, um relatório da Counterpoint Research também apontava a mudança no primeiro lugar do pódio.

O desempenho está totalmente conectado à pandemia do novo coronavírus e, por isso, pode ser apenas uma ultrapassagem temporária. A Huawei conseguiu aumentar consideravelmente a fatia de mercado na própria China, país que foi o epicentro da Covid-19, mas virou também um dos primeiros locais a reabrir o comércio e tem uma população consumidora bastante considerável. Por outro lado, na segunda metade de 2020, a Samsung pode melhorar o desempenho no mercado com a chegada da família Galaxy Note 20.

O executivo da Huawei dos EUA, Andy Purdy, chefe de segurança da Huawei Technologies USA, comentou as tensões geopolíticas que colocam a empresa contra os Estados Unidos em uma entrevista ao podcast CYBER, do site Motherboard. Purdy disse que banir a Huawei de fornecer componentes para as futuras redes 5G não vai impedir que governos continuem espionando pessoas.

“Existem pelo menos cinco nações no mundo com a capacidade de implantar funcionalidades escondidas e malwares em hardware e software. Então, se for esse o caso, bloquear a Huawei não vai resolver o problema”, explicou, lembrando em seguida do escândalo de espionagem da NSA, quando empresas dos EUA forneciam acesso ao governo norte-americano com a implantação de backdoors em dispositivos.

Purdy também defendeu a Huawei de acusações feitas por Eric Schmidt, ex-CEO do Google, que disse que informações de roteadores da Huawei acabam nas mãos do que parece ser o Estado chinês. O executivo quer que o Schmidt apresente provas das acusações.

Bahia.ba

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