Vereadores de Feira revelam distribuição de cargos e acusam prefeito Zé Ronaldo

Não é de hoje que o modo de se fazer política atualmente, com distribuição de cargos, é criticado pela sociedade e imprensa. Mas a relação entre o gestor e seus aliados foi escancarada entre vereadores de Feira de Santana, na última terça-feira (4), durante sessão na Câmara de Vereadores. Em alto e bom som, os edis falaram da distribuição de cargos, reclamaram do ‘beneficiamento’ de alguns por parte do prefeito reeleito Zé Ronaldo (DEM) e compra de votos nestas eleições.

O primeiro a se pronunciar foi um dos aliados do prefeito, David Neto (DEM). Inconformado com a “desigualdade” na distribuição dos cargos por cotas para vereadores. “Quero dizer ao prefeito sobre a desigualdade no tratamento entre os colegas vereadores desta casa. Tem vereador aqui, como Zé Carneiro, com 300 cargos. Tem vereadores aqui, como o presidente dessa casa [Ronny], que tem uma porção. Justiniano. Tem candidato que inclusive tinha mais que vereador desta casa, que era Lulinha. Então existe uma desigualdade muito grande”, protestou.

Outro aliado protestou pedindo mais cargos. “Vou pedir ao prefeito que complete. Se completar vou ficar muito alegre. Se ele completar esses 300, tenham certeza que vou ficar muito feliz mesmo. E acho até que sou merecedor. Não só de 300. Até um pouquinho mais. Se vier, vou ficar sempre grato. Que venha. Pode vir. Eu queria ter é 500. Mas não tenho”, disse Zé Carneiro (PSDB).

O apadrinhamento ficou claro durante o pronunciamento do vereador Justiniano França (DEM). “Para mim não é padrinho, José Ronaldo. É um pai, um amigo, um irmão. Eu sou grato a Deus por toda ajuda que ele me deu, e ele sabe que eu vou reconhecer, para o resto da minha vida, todo o apoio que ele me deu, que sempre me deu”.

A compra de votos também foi abordada na sessão, mas ficou em segundo plano. Surgiu como explicação para a derrota, na fala do vereador Correia Zezito. “O povo não foi ingrato não. Foi que alguns tratores, alguns caminhões de dinheiro, chegaram. E o povo se vende, por 50 reais, por 70, com 100 reais. Eu quero ver, juiz do TRE, o que você vai fazer com tanta denúncia, de compra de votos na Rua Nova”, comentou.

Bocão News