Cidades

Tucanos dizem que prisão de Vaccari reforça o pedido de "impeachment"

REVISTA VEJA - LULA E DILMA - CAPAA prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nesta quarta-feira (15/4), “gera um constrangimento ainda maior ao partido da presidente Dilma e ao Palácio do Planalto, além de reforçar eventual pedido de impeachment da presidente da República”.
A avaliação é de deputados do PSDB. Os tucanos afirmam que Vaccari é um dos maiores responsáveis pelos desvios de recursos públicos na Petrobras.
Segundo a investigação do Ministério Público e da Polícia Federal (PF), as práticas ilegais ocorriam há dez anos.
O líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou que a prisão de Vaccari deve revelar como funcionava a distribuição e quais foram os políticos beneficiados com o dinheiro desviado da estatal, já que ele era quem dividia os recursos arrecadados com o esquema de propina.
“Que João Vaccari Neto recebeu dinheiro da propina e distribuiu em campanhas petistas não há mais dúvidas. Mas o que ainda precisa ser esclarecido é como funcionava essa distribuição e quais foram os políticos beneficiados. Ou seja, é importante repetir sempre: o dono do cofre do partido da presidente Dilma recebeu mais de R$ 620 milhões em dinheiro sujo, oriundo de corrupção”, lembrou o líder.
Para ele, é estranho que e mesmo diante de todas as evidências e pressões internas e externas para que Vaccari deixe o cargo de tesoureiro do PT, ele pelo menos até a sua prisão nesta quarta-feira continuava firme na função. “Qual é o seu trunfo?”, indagou Araújo, ao ressaltar que, neste momento, o governo perde ainda mais credibilidade.
O 1º vice-líder tucano na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), acredita que o petista não estaria preso se não houvesse provas suficientes para isso. “O juiz Sergio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público têm todas as informações de seu envolvimento. Ele recebeu o dinheiro, passou para o PT e agora isso alcança a presidente da República, pois ele é o tesoureiro de seu partido, esteve à frente da campanha de 2010, recebeu recurso público e transformou em dinheiro de campanha eleitoral. O crime é grave e não é preciso mais nada para que se peça o impeachment da presidente Dilma”, defendeu.
Para o 1º vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA), a prisão de Vaccari é mais um constrangimento para o governo da presidente Dilma. “É uma situação extremamente constrangedora para o partido do governo ter dois tesoureiros presos no mandato da presidente Dilma”, disse.  Na primeira gestão da petista Delúbio Soares foi preso condenado por envolvimento no esquema do mensalão.
Em depoimento à CPI da Petrobras, na semana passada, Vaccari insistiu que as afirmações feitas nas delações premiadas sobre ele eram falsas e se declarou “inocente”. Na ocasião, o deputado Delegado Waldir (GO), integrante do colegiado, defendeu a prisão do petista. “Fiz essa cobrança porque ele é o bandido que mais roubou o povo brasileiro e estava em liberdade”, disse o parlamentar na manhã desta quarta.
Na avaliação do deputado, a prisão do tesoureiro “constrange ainda mais o PT, mas, se trata de justiça sendo feita, pois Vaccari havia debochado do Parlamento e da sociedade ao negar participação no esquema de corrupção”.
Vaccari é réu em processo na Justiça Federal do Paraná que investiga as denúncias da Operação Lava Jato. O mandado contra ele é de prisão preventiva.
A PF cumpre ainda mandado de condução coercitiva contra a mulher do petista e de prisão temporária contra a cunhada dele, suspeita de estar envolvida com o esquema na estatal.
O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou, em delação premiada, que Vaccari recebeu cerca de R$ 200 milhões em nome do PT no esquema de corrupção. As apurações da PF apontam que as propinas eram pagas por empreiteiras que firmavam contratos com a petroleira.
Já o doleiro Alberto Youssef, apontado com um dos operadores do esquema, disse, também em delação, que chegou a enviar um funcionário para entregar R$ 400 mil ao petista em frente a sede do partido, em São Paulo – é o “delivery da propina”, nas palavras do líder Carlos Sampaio (SP).

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