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Mutuípe realiza caminhada pelo 18 de maio, sabia quem foi Araceli

Araceli foi morto ao 8 anos, ela foi sequestrada, drogada, estuprada e teve o corpo carbonizado.

O 18 de maio, foi marcado por uma caminhada nas ruas do município de Mutuípe, o ato em lembrança a menina Araceli, teve início em frente ao CREAS Centro de Referência de Assistência Social, seguiu pela Av. Beira Rio, chegou a Rua Rui Barbosa e finalizou em frente ao correto, na Praça Góes Calmon.

A campanha de alerta a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes, teve como tema “Prevenir e cuidar sempre serão as melhores opções.” “Mutuípe diz não ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes”. Dizia a faixa carregada por estudantes.

O ato foi acompanhado pela Fanmut – fanfarra municipal. Pais, professores, alunos da redes municipal de ensino e privada, servidores da prefeitura, secretários, vereadores, funcionários da câmara municipal, conselheiros tutelares, participaram da caminhada.

O Disk 100, o Conselho Tutelar e o 190 da Polícia são canais de denúncia.

Araceli
Araceli Cabrera Crespo, 8 anos. Foto: Arquivo Pessoal.

Quem foi Araceli?

Araceli Cabrera Crespo, 8 anos, foi morta em 18 de maio de 1973, no Espírito Santos. O corpo foi encontrado quase uma semana depois. Ela foi sequestrada, drogada, estuprada e carbonizada. A data do crime, foi estipulada como Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Contra Crianças, em 2023 o caso completa 50 anos.

Araceli
Esquina onde Araceli foi vista pela última vez. Imagens de 1977 e 2015 — Foto: Montagem/G1

Naquela data, Araceli saiu de casa, na Serra e seguia para escola, na Praia de Suá, em Vitória. Sua mãe solicitou que ela saísse mais cedo da unidade de ensino, para não perder o ônibus. A última vez que foi vista, teria sido por uma testemunha, enquanto brincava com um gato num cruzamento perto da escola, ela não pegou o coletivo.

As buscas foram iniciadas a noite, quando nenhuma notícia era encontrada. Araceli teve o corpo encontrado seis dias depois, em estado de decomposição, numa área de mata, nos fundos do Hospital Infantil, em Vitória.

A autópsia confirmou que o corpo pertencia a criança desaparecida. As investigações foram atrapalhadas diversas vezes, mas a polícia conseguiu apontar Dante de Brito Michelini, Dante de Barros Michelini (pai e filho respectivamente) e Paulo Constanteen Helal, todos membros de famílias influentes no estado como suspeitos do crime.

Durante as investigações, foi descoberto que Araceli teria sido levada para um bar, na praia de Camburi, pertencente a Dante, onde foi forçada a consumir drogas. Ela entrou em coma, chegou a ser levada para o hospital, posteriormente teve o corpo descartado na mata, com o rosto desfigurado.

Araceli
Dantinho , Paulo Helal e Dante Michelini — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Dante (pai) tentou usar a influencia, em meio da ditadura militar para não ser condenado. Porém o juíz Hilton Silly, o condenou, juntamente com Helal, a 18 anos de prisão, e pagamento de multa no valor de 18 mil cruzeiros.

Já Dante Michelini, foi condenado a 5 anos de prisão, pois os investigadores apontaram menor participação dele.

Anulação do julgamento de 1º grau.

Os condenados, recorreram da sentença proferida em primeiro grau e acabaram absolvidos, após o Tribunal de Justiça entender não ter havido provas suficientes para incriminá-los. Até hoje o caso não teve solução.

14 pessoas, entre testemunhas e interessados em desvendar o crime acabaram mortos.

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