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Padre de Santa Inês é acusado de suposta intolerância religiosa e preconceito

Pároco teria negado celebrar missa de sétimo dia para babalorixá.

O pároco de Santa Inês, no Vale do Jiquiriçá tem sido acusado nas redes sociais e por entidades ligadas a religiões de matrizes africanas, de preconceito e intolerância religiosa. Segundo um documento enviado ao Mídia Bahia, Padre Rogério teria negado a celebrar a missa de sétimo dia do babalorixá Marcos Roberto da Silva Costa, vítima de um acidente em Salvador.

Um nota de repúdio foi emitida pelo Movimento Cultural De Comunidades Tradicionais do Sul da Bahia.

MCCTSBAMovimento Cultural De Comunidades Tradicionais do Sul da Bahia

23 de julho de 2023

Manifestação de repudio e indignação

MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO E DE INDIGNAÇÃO AO COMPORTAMENTO INTOLERANTE E GROSSEIRO, PRATICADA PELO PADRE DA IGREJA MATRIZ DA CIDADE DE SANTA INÊS, SITUADA NO VALE DO JEQUIRIÇÁ, BAHIA, EM DESFAVOR A MEMÓRIA DO BABALORIXÁ MARCOS TY OMOLU, FIGURA PÚBLICA E MUITO QUERIDA NA REFERIDA CIDADE, BEM COMO EM TODO VALE DO JEQUIRIÇÁ. No último dia 13 de julho de 2023, o Babalorixá Marcos ty Omolu, faleceu em decorrência de um trágico acidente automobilístico, ocorrido no bairro de São Marcos, na capital baiana, um motociclista de forma irresponsável, pilotava uma moto em alta velocidade, atingindo a vitima em cheio, que resultou em seu falecimento, devido a gravidade das lesões. Familiares denunciam, que procuraram o padre, responsável pela Igreja Matriz da cidade de Santo Inês, onde solicitaram ao mesmo, que celebrasse uma missa, in memoriam do Babalorisa Marcos ty Omolu, onde foram surpreendidos, com o comportamento grosseiro e intolerante, praticado pelo referido padre, que se recusou a realizar a celebração. Sabemos que a missa é um ato católico, mas levando em consideração que o saudoso falecido Babalorisá Marcos ty Omolu, realizava todos os anos o cortejo e lavagem das escadarias da igreja matriz de Santa Inês, os familiares, ficaram surpresos e ao mesmo tempo, indignamos com a atitude grosseira do referido padre. Comportamento e atitude condenável, pois vivemos em constante lutas pelo fim da intolerância religiosa, dos discursos de ódio religioso e todo e qualquer ato racista que afetem o relacionamento harmonioso e de paz, entre os diferentes credos religiosos. Por isso, nós, do MCCTSBA-Movimento Cultural de Comunidades Tradicionais do Sul da Bahia, Externamos nosso apoio a toda a comunidade do lle Axé Alaketu Oba Oluayé, pela falta de sensibilidade do padre, bem como de solidariedade cristã do mesmo, pela memoria do falecido.

Atenciosamente,

Coordenação Executiva do MCCTSBA

intolerância religiosa

A redação tentou contato com a paróquia de Santa Inês para que o padre possa se justificar, porém, a linha aparenta estar com algum tipo de problema, não sendo possível completar as ligações.

Em janeiro deste ano, durante o Festival de Cultura, promovido pela prefeitura, tentamos entrevistar o Padre Rogério, mas ele não aceitou, respondendo numa curta frase: “não concedo entrevista“, mostrando-se contrário a lavagem das escadarias da igreja.

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Um Comentário

  1. A Instituição do Terreiro de Obaluaê e a família Costa, estão conseguindo o diálogo necessário com a paróquia e tudo vai ser esclarecido. Em um momento de luto, contamos com o respeito devido a integridade de pai Marcos (Obagenan), que em seus ensinamentos nos orientou a procurar o diálogo e o esclarecimento dos fatos. Contamos com o apoio da comunidade de Santa Inês e estamos abertos ao diálogo inter religioso. Na nossa fragilidade humana compreendemos que informações incorretas podem acarretar sérios problemas no esclarecimento dos fatos. E acreditamos que quando as coisas forem esclarecidas contaremos com a seriedade que rege as instituições envolvidas.

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