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Morte de babalorixá pode sido “encomendada” por outro pai de santo

O caso continua sendo investigado pela polícia Civil.

Durante o enterro de babalorixá Nilton Leal da Conceição, 45 anos, ocorrido bairro do Barbalho, logo após sair da Lavagem do Bonfim, familiares levantaram hipóteses do que pode ter motivado a sua morte. Segundo o Jornal Correio, uma das versões levantadas indicam que que os tiros teriam sido encomendados por outro pai de santo e que o motivo seria passional.

“O que chegou até a gente é que Nilton tinha envolvimento com um rapaz, que já teve ou ainda mantinha uma relação com outro pai de santo, que mandou fazer (o crime)”, contou um parente que, por medida de segurança, preferiu não revelar o nome.

Líder religioso foi morto no dia 11 deste mês. Foto: reprodução

Ainda conforme ele, a versão foi apresentada por algumas pessoas de confiança do babalorixá, nos momentos finais do sepultamento, realizado no dia 14 deste mês, no Cemitério Municipal de Brotas.

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“Disseram que esse pai de santo é daqui de Salvador e que queria o rapaz pra ele”, disse a fonte, emendando em seguida que esta versão já é de conhecimento do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). “Na semana passada algumas pessoas do ciclo dele (Nilton) já foram ouvidas no DHPP”, complementou a fonte.

A versão diz ainda que o tal pai de santo apontado como mandante teria contratado um “profissional” para fazer o serviço. “É o que tudo leva a crer. Quem matou, chegou encapuzado e atirou em cheio, tanto que Nilton morreu na hora. Não descartamos que tenha sido um policial, porque esse pessoal de terreiro atende muita gente, conhece todo mundo, inclusive muita gente da polícia”, disse um amigo da família, que também optou pelo sigilo.

Para reforçar a tese, ele citou o fato de a cena do crime não ter sido preservada. “Quem estava lá, disse que Nilton já estava morto, mas, logo em seguida aos disparos, uma viatura da Polícia Militar chegou e ‘socorreu o corpo’. Foram quatro tiros nas costas. Se ele estava sem vida, porque retiraram? Por causa disso a perícia do local não foi feita e as cápsulas não foram recolhidas”, contou a fonte. Segundo a Polícia Civil, Nilton chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.

Outra versão

Foto: reprodução

A casa de Nilton era no mesmo endereço onde funciona o seu terreiro, o Yle Axé Olufemyn, na Rua Arlindo Fragoso, no Matatu de Brotas, e o local tem a ver com uma segunda versão, que surgiu no dia seguinte ao enterro da vítima. O comentário diz que um morador do bairro é quem contratou a execução. “Há cinco anos, Nilton brigou com um vizinho por causa de um pedaço de terra que fica no fundo do terreiro. Eles chegaram a ‘sair na mão’ e o caso foi parar na justiça e está rolando até hoje. Mas não acreditamos que isso tenha a ver com a morte, porque tem muito tempo isso. Na verdade, alguém trouxe essa história de volta para desviar o foco do verdadeiro motivo, o passional”, declarou um outo parente do babalorixá, sem se identificar.

Nilton era conhecido como “Meu Bem” e querido no Matatu de Brotas. “As pessoas faziam de parar para cumprimentá-lo. Tinha uma energia muito boa”, disse uma moradora antiga do bairro. O babalorixá foi morto na região da Ladeira da Água Brusca, que dá acesso à Cidade Baixa, onde aconteceu a Lavagem do Bonfim, no último dia 11. De acordo com testemunhas, um homem se aproximou de Nilton, na rua Vital Rego, por volta das 19h30, atirou e fugiu. Socorrido, ele morreu no HGE.

Horas antes do crime, ele postou um vídeo em que aparece dançando durante a festa do Senhor do Bonfim. “Sinto a perda de meu filho. Era um menino do bem, trabalhador, caprichoso e que nunca me deu trabalho. Estou me sentindo fortalecida pelas pessoas que falam bem dele”, disse a mãe dele, Maria Antônia Leal, à TV Bahia, um dia após o crime.

A mãe chegou a passar mal e precisou ser atendida em uma UPA ao saber da morte de Nilton. O CORREIO tentou falar com Maria Antônia e os irmãos do babalorixá, mas sem sucesso. “Eu não sei como ela (mãe) ainda está de pé. É o segundo filho que perde assassinado”, revelou a amiga da família.

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