Lula sobre Rússia invadir Ucrânia: ‘Erro crasso’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (30) que a Rússia comentou um “erro crasso” ao invadir a Ucrânia. Mas ponderou apontando que “quando um não quer, dois não brigam”.
“Acho que a Rússia cometeu um erro crasso de invadir o território de outro país. Mas acho que quando um não quer, dois não brigam. Precisamos encontrar a paz”, disse Lula, após reunião do presidente com o chanceler alemão, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto, em Brasília.
No domingo (29), Scholz declarou em uma entrevista a um veículo alemão que não enviaria aviões de combate à Ucrânia. “A única coisa que eu sei é que se eu puder ajudar, vou ajudar. Mas se for preciso conversar com o [Volodymyr] Zelensky, com o [Vladimir] Putin, eu faço”, completou Lula.
1. Quais as justificativas da Rússia para invadir a Ucrânia?
Vladimir Putin anunciou uma “operação militar” na região de Donbas, no leste da Ucrânia, em um pronunciamento televisionado na manhã do dia 24 de fevereiro.
O presidente russo disse que estava intervindo como um ato de legítima defesa. Segundo ele, a Rússia não queria ocupar a Ucrânia, mas sim proteger a população local de um genocídio e desmilitarizar e “desnazificar” o país.
Putin afirma com frequência que a Ucrânia está sendo tomada por extremistas desde que seu presidente pró-Rússia, Viktor Yanukovych, foi deposto em 2014 após meses de protestos contra seu governo.
Após a queda do chefe de Estado ucraniano, a Rússia invadiu e anexou a região da Crimeia, no leste do país. A movimentação desencadeou uma rebelião separatista nas regiões de Donetsk e Luhansk, onde os rebeldes apoiados por Moscou lutam desde então, em uma guerra que já custou 14.000 vidas.
No final do ano passado, Putin passou a enviar tropas para as regiões de fronteira com a Ucrânia e no dia 21 de fevereiro — três dias antes da invasão — reconheceu a independência das duas regiões separatistas.
O líder russo ainda afirmou que os acordos de Minsk, acordados em 2014 e 2015 entre Ucrânia e Rússia para estabelecer um cessar-fogo, já não estavam mais válidos.
Para além das acusações de extremismo, Putin há muito resiste ao movimento da Ucrânia de aproximação com instituições controladas pelos americanos e europeus, como a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
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