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Jerônimo Rodrigues aponta possíveis teses sobre morte de Mãe Bernadete

Durante uma entrevista ao bahia.ba, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) falou sobre o assassinato brutal da ialorixá Bernadete Pacífico, importante líder quilombola, e apresentou três possíveis teses, com as quais a Polícia Civil trabalha, que pode ter motivado a morte da líder religiosa, na última quinta (17), em Simões Filho.

Dentre as prováveis causas para os 20 tiros que atingiram mãe Bernadete estão: terreno do quilombo, intolerância religiosa e a disputa das facções criminosas para ocupar o espaço. Jerônimo ainda afirmou que pretende discutir com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a revalidade dos territórios quilombolas indígenas do Estado. Além disso, o gestor estadual se colocou à disposição para resolver o problema.

“Há três teses: uma delas é do território quilombola. Há uma expectativa que este caso não tenha ligação direta com o território. Mas, é uma tese. Mesmo não acontecendo, o problema existe, e nós já nos manifestamos com o Incra para que a gente possa acelerar o processo de revalidade daquele terreno, daquele território”, iniciou.

“Não é só dele, estamos falando de um conjunto de territórios quilombolas indígenas que a gente precisa aproveitar. Ficamos seis anos, ao invés do governo passado ter enfrentado e dialogado, foi feito um acirramento. Foi muito ruim. Agora, vamos retomar uma pacificação desse diálogo para que as decisões tomadas diante do governo federal não sejam jogados só para que o presidente Lula resolva isso, é responsabilidade nossa. Então, mesmo possivelmente não acontecendo uma causa pelo território, nós entendemos que é um problema que temos que enfrentar”, completou.

“A outra tese é o da intolerância religiosa. Da mesma forma, ela era uma figura defensora dos povos de terreiro. É uma tese, não podemos confirmar ainda que não seja essa a causa. Mas, mesmo não sendo a causa, a questão religiosa precisa ser enfrentado pela democracia”, disse.

A última tese que diz respeito sobre a disputa de facções para ocupar o território da Região Metropolitana de Salvador (RMS), o governador frisou, que se a eventualidade ficar comprovada, o Estado se debruçará em uma ação integrada com o governo Federal para conter o avanço dos criminosos no Quilombo Pitanga dos Palmares.

“E uma terceira, é a disputa de facções. Essa tem sido, na tese da Polícia Civil, uma das mais premente que possa acontecer. Também é tese. Mas, se isso vier acontecer, nós haveremos de [nos] debruçar sobre ela, em uma parceria integrativa com o governo federal e com a Polícia Federal. No próprio dia do evento quando soube, estava em São Paulo com a BYD e de lá mesmo determinei rigor na apuração”, disse.

“No sábado pela manhã fui diretamente na sede da Polícia Civil, me reuni, procurei entender e coloquei minha determinação. É claro que existe informações que nem mesmo, nós governadores temos, porque é da inteligência, tem o sigilo, mas eu pedi uma certa celeridade. […]. Eu confio na Polícia Civil e no sistema nosso de investigação”, acrescentou.

Mãe Bernadete estava sob os cuidados do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) do Governo Federal, após a morte do seu filho Flávio Gabriel dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo. A menos de um mês antes da sua morte, a líder quilombola revelou que estava sob ameaça e pediu ajuda a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que esteve na Bahia, no último dia 26 de julho.

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