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Jefferson assopra Lula e deixa advogado morder

ROBERTO JEFERSON 31Roberto Jefferson, o delator do mensalão, frequenta o processo que vai a julgamento no STF como personagem de dois gumes. Defende Lula, isentando-o de envolvimento no escândalo. Mas autoriza seu advogado a morder o ex-soberano, responsabilizando-o pelos atos da “quadrilha”. Defensor de Jefferson, o doutor Luiz Francisco Corrêa Barbosa, declarou que sustentará no Supremo a seguinte tese: além de ter pleno conhecimento do mensalão, Lula “ordenou” a abertura das arcas que azeitaram a máquina o apoio congressual ao seu primeiro reinado. A linha adotada pela defesa contraria o que Jefferson afirmara na sequência da explosão do caso, em 2005. Nesta quinta (26), antes de internar-se para a cirurgia que vai extrair o tumor detectado em seu pâncreas, o presidente do PTB declarou: “A defesa tem autonomia na ação. Mas, a minha versão, eu não mudo. Agora, ele [o advogado] tem uma defesa preparada e é o caminho que ele vai trilhar.” Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Equilibrando-se no fio da navalha de suas meias-verdades, Jefferson oscila entre a mentira piedosa e a verdade cruel. Ao evitar o posicionamento indubitável, torna-se um réu dúbio. E, como tal, tristemente indefensável.

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