Em e-mails apreendidos pela PF, ex-ministro diz que Lula fez 'lobby' para Odebrecht
Entre e-mails apreendidos pela Polícia Federal (PF) na sede da Odebrecht em São Paulo, em junho deste ano, há uma mensagem do então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, para executivos da construtora no qual ele afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez lobby pela empresa em um dos encontros com lideranças estrangeiras em 2007, segundo informações do jornal O Globo. Os e-mails indicam que a companhia atuava para evitar que fosse escolhido um secretário executivo considerado prejudicial à Odebrecht.
Ainda de acordo com O Globo, para a PF os documentos mostram pela primeira vez que o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, era um dos intermediários entre a empreiteira e o então presidente. Para os investigadores, ele é o “seminarista” a quem Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo empresarial preso pela Operação Lava Jato, se refere em mensagens – Carvalho nega.
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De acordo com O Globo, o papel do “seminarista” passou a ser cumprido, na gestão Dilma Rousseff, por Giles Azevedo, chefe de gabinete da presidente, e Anderson Dorneles, assistente pessoal de Dilma, que recebiam mensagens enviadas diretamente por Marcelo em nome dos interesses da empresa. “Dr. Alex, aqui está o documento. Dr. Marcelo pede-lhe a gentileza de encaminhar ao seminarista”, escreveu Darci Luz, secretária de Marcelo, a Alexandrino Alencar, diretor da empresa mais próximo a Lula. No dia seguinte, o petista receberia o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e mencionou a forma como ele “soube liderar Angola na conquista da paz”, com sua “perseverança e visão de futuro”.