Cotidiano

Dilma não fará pronunciamento de fim de ano na tevê para evitar protestos

DILMA - TVÀs vésperas do término do conturbado 2015, o Palácio do Planalto descartou a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff ir ao rádio e à TV em rede nacional fazer o tradicional pronunciamento de fim de ano. Além disso, o Estado de Minas apurou que, até a noite de quarta-feira (30/12), não se sabia sequer se haveria um discurso a ser transmitido pela internet, como foi feito em maio e setembro. Há o temor de recepção negativa, um desgaste fruto da baixa popularidade da petista (12%), que vai entrar 2016 confrontada com um processo de impeachment aberto na Câmara. Oito de março foi a última vez em que Dilma apareceu em cadeia de rádio e TV. O resultado não agradou. Depois de defender o ajuste fiscal e a política econômica em tempos de crise no Dia Internacional da Mulher, a presidente foi alvo de um panelaço pelas capitais do país. A partir daí, recolheu-se e só fez pronunciamentos em redes sociais. Mas, quando trechos eram reproduzidos à noite, no Jornal Nacional, da TV Globo, mais panelas eram batidas pelo país.

O desgaste de Dilma começou em 2013, durante a Copa das Confederações. Ela ouviu vaias do público antes do jogo entre Brasil e Japão. Na Copa do Mundo, mais apupos. No jogo entre Brasil e Croácia, em São Paulo, a presidente ouviu palavrões vindas das arquibancadas do estádio Itaquerão. A partir daí, passou a aparecer menos em público e evitar os desgastes. Veio a disputa eleitoral e Dilma saiu vencedora. Ao iniciar seu mandato este ano, a presidente nomeou Joaquim Levy como ministro da Fazenda e iniciou um programa de austeridade fiscal para conter a crise e controlar os gastos da administração. Era cobrada por assessores para ir a público e defender o mandato e a nova política adotada, apesar das críticas de trabalhadores e sindicalistas.

Reticente, Dilma evitava aparecer. Mudou de ideia três meses depois. E não deu certo duas vezes. Primeiro, usou o Dia Internacional da Mulher para fazer um pronunciamento na TV. Ouviu protestos em forma de panelaço. Dois dias depois, em 10 de março, foi a São Paulo no 21º Salão da Construção. Os gritos de “Fora, Dilma” vieram de expositores. O constrangimento fez Dilma passar bronca na equipe de comunicação comandada pelo então ministro Thomas Traumann.

Correio Braziliense

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