Cotidiano

Digital influencer de Santa Inês chama a atenção para a campanha Sinal Vermelho

O digital influencer Wirney Campos da cidade de Santa Inês BA, tem aproveitado suas redes sociais para defender as mulheres, comunicador e sabedor dos direitos da mulheres, é apoiador da causa, seguidor da grande campanha desenvolvida nacionalmente com um X vermelho de batom estampado na palma da mão, que orienta fazer denúncias por meio de forma como essa.

Governo, empresas e organizações das sociedade civil se mobilizam para ajudar as mulheres, a busca socorro em caso de violência doméstica principalmente nesses tempos de pandemia do coronavirus, pois muitas estão isolada dentro de casa e na maioria das vezes tendo que conviver com o agressor. Um número crescente de brasileiras está sendo vítima de abuso doméstico na quarentena. Enquanto Wirney escrevia esse texto, uma mulher foi assassinada


O Brasil é o 5° maior país do mundo, o 5° mais populoso, é cinco vezes Campeão do Mundo. É também o 5° país que mais mata mulheres apenas por elas serem mulheres. São quase 5 (4.8 para ser mais exata) homicídios a cada 100 mil mulheres, segundo o Mapa da Violência de 2015, cerca de 13 assassinatos por dia.

Outra pesquisa, do IPEA, dá um número parecido: um feminicídio a cada 90 minutos no país, o que significa que, enquanto eu escrevia este texto, alguém foi assassinada, provavelmente por alguém da família, e outro alguém está com os minutos contados.  

O mais chocante é que mesmo tendo números estarrecedores, ainda se nega o feminicídio no Brasil. Ainda é mimimi de feminista, conversa para boi dormir. Ninguém morre por ser mulher. Na cabeça de muita gente, a não ser que o assassino (que em geral é mesmo homem) diga “você é mulher e merece morrer” ou “estou te matando porque você é mulher” em alto e bom som, não existe crime de gênero.


O feminicídio não se dá assim. Um crime é de gênero quando o gatilho diz respeito a alguma expectativa que recai sobre as mulheres. É quando uma mulher termina um relacionamento e o homem não é capaz de aceitar, é quando ele é traído, perde a guarda dos filhos, quando uma mulher usa uma determinada roupa, maquiagem. Quando a mulher sai de casa, estuda, dança. Os “motivos” parecem variar, mas na verdade são sempre o mesmo: um homem incapaz de aceitar que uma mulher não lhe pertence e que é um ser humano com vontades próprias. O motivo do crime nunca é a mulher terminar o relacionamento, é o homem ser incapaz de enxergá-la como uma pessoa.  


O feminicídio nada mais é do que o extremo do que o patriarcado nos ensina todos os dias: tenha as mulheres sob controle, nem que seja preciso usar a força. E nós estamos cada vez mais extremados. O assassino desse caso em questão não disse nada de muito diferente do que nós feministas recebemos de ofensas todos os dias. Não significa que todos que nos xingam são assassinos em potencial, mas significa que nossa sociedade aceitou e normalizou o discurso de ódio de uma maneira inaceitável.

Texto produzido por Wirney Campos

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