Cidades

Cristina Kirchner é denunciada por acobertar atentado em comunidade judaica

CRISTINA KICHERNEA presidente da Argentina Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman foram denunciados à Justiça por serem suspeitos de acobertar os responsáveis pelo atentado ao centro comunitário judaico Amia, em 1994 – considerado o pior na história do país. A denuncia foi feita pelo promotor Gerardo Pollicita. Na explosão, 85 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas. Pollicita substitui o promotor Alberto Nisman, que, no dia 14 de janeiro, apresentou denúncia de envolvimento da presidente no caso. Nisman foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, quatro dias depois de fazer a denúncia. A morte de Nisman é investigada, em meio a rumores que envolvem serviços secretos argentino, norte-americano, israelense, iraniano, até a presidente Cristina Kirchner, além de aliados e opositores do governo. Ninguém sabe ainda se o promotor se suicidou, foi induzido a se matar ou se foi assassinado. A denúncia de Pollicita tem 300 páginas, escrito com base em escutas telefônicas obtidas com apoio da Secretaria de Inteligência, que o governo acaba de reformar. O promotor vai investigar a veracidade das acusações de Nisman. Outras cinco pessoas também serão investigadas. Nisman havia sido indicado pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) para investigar o atentado à Amia, e tinha abandonado a tese de que o atentado teria sido planejado pelo governo sírio e acusou o Irã, com ajuda do grupo xiita libanês Hezbollah. Cristina Kirchner sempre acusou o Teerã de não cooperar com a Justiça argentina até 2013. Naquele ano, o regime iraniano – que sempre negou qualquer responsabilidade no ataque terrorista – aceitou falar sobre o assunto. Os dois governos assinaram um documento em que foi criado uma comissão da verdade para Justiça questionar os suspeitos no Irã, desde que eles aceitassem falar. O acordo foi duramente criticado pela oposição e pela maioria da comunidade judaica na Argentina, que não confiavam nas intenções dos iranianos e suspeitavam que mudaram de atitude só para suspender os alertas vermelhos. Nissan acusava a presidente de ter negociado o memorando para inocentar os iranianos acusados por ele, por motivos econômicos. A Argentina, segundo ele, queria trocar grãos e armas por petróleo iraniano. O governo afirma que após o documento, pediu para manterem os alertas vermelhos. No próximo dia 18, os promotores da Argentina vão promover a Marcha do Silêncio, em homenagem a Nisman.

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