Cidades

Bolsonaro desconversa sobre assinar premiação para Chico Buarque

O presidente Jair Bolsonaro deixou em dúvida na noite de terça-feira 8 se vai ou não assinar o diploma que será entregue ao músico e escritor Chico Buarque pela conquista do Prêmio Camões, a mais importante condecoração literária em língua portuguesa. Ele foi escolhido vencedor pelo conjunto de sua obra.

“É segredo. Chico Buarque?”, disse ao ser questionado por jornalistas na chegada ao Palácio da Alvorada. “Eu tenho prazo? Até 31 de dezembro de 2026, eu assino”, respondeu, fazendo alusão a um segundo mandato, já que o seu atual termina em dezembro de 2022. Chico Buarque ainda não se posicionou sobre a polêmica.

Pelas regras da premiação, os governos brasileiro e português pagam cada um 100 mil euros (o que equivalente a cerca de R$ 450 mil). A parcela do Brasil já foi depositada em junho. A questão pendente – e que divide o governo – é Bolsonaro assinar o diploma para um artista que considera seu desafeto político por criticar abertamente o seu governo e apoiar ostensivamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em setembro deste ano, ele visitou o petista na prisão em Curitiba e pediu a sua libertação.

Em setembro, a organização do 8º Festival de Cinema do Brasil, de Montevidéu, disse ter recebido instrução da embaixada do Brasil no Uruguai para não exibir o documentário Chico: Artista Brasileiro, sobre o compositor. A embaixada divulgou ter feito apenas “sugestões” sobre a programação do festival quando uma lista de filmes foi enviada pelos organizadores.

O Prêmio Camões foi instituído em 1989 por Brasil e Portugal. De acordo com o Ministério da Cultura de Portugal, a escolha reconhece anualmente “escritor cuja obra contribua para a projeção e o reconhecimento da língua portuguesa”.

Chico Buarque, 74 anos, estreou como escritor de ficção em 1974, com a novela Fazenda Modelo. Em 1979, publicou o livro infantil Chapeuzinho Amarelo. O primeiro romance, Estorvo, foi lançado em 1991. Quatro anos depois lançou o segundo, Benjamin. Em 2003, publica Budapeste; em 2009, Leite Derramado e em 2014, Irmão Alemão. Ele escreveu as peças de teatro Roda Viva (1968); Calabar (1972); Gota D’Água (1974), e Ópera do Malandro (1978).

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