Os órgãos estaduais de transplantes estão reportando ao Ministério da Saúde um aumento no número de notificações e de doações de órgãos nesta semana. A informação é da coordenadora do SNT (Sistema Nacional de Transplantes), Daniela Salomão.
Segundo ela, isso ocorreu após a notícia de que o apresentador Faustão precisa de um novo coração e foi inserido na lista prioritária pelo órgão.
“Está sendo um momento importante no sentido de a sociedade discutir e saber o que é, para que serve e como funciona o Sistema Nacional de Transplantes.” afirmou Daniela Salomão, coordenadora do SNT.
Ainda não há dados oficiais sobre o aumento, já que os números são fechados mensalmente. Mas a coordenadora afirma que, entre agosto e setembro, espera um bom resultado e um maior debate sobre o tema no país.
“Temos visto muitas pessoas tirarem dúvidas, fazerem perguntas e se interessando. E os estados já têm nos informado sobre um número maior de notificações e doações,” pontuou.
Problema na legislação
É a família quem autoriza a doação de órgãos. Pela legislação brasileira, mesmo que uma pessoa se autodeclare doadora, é necessário que a família assine um termo de consentimento para a doação após o óbito.
Pedido por mudança na lei, para que a autodeclaração seja suficiente. Uma das propostas defendidas por pessoas da área é que não seja obrigatório o aval da família. Segundo Daniela, a autodeclaração “torna mais leve” o pedido de doação de órgãos aos familiares, mas não dá uma autorização à equipe médica.
Em 2022, das 13.195 notificações de potenciais doadores, apenas 3.528 foram efetivadas.
Motivos para doações que não aconteceram em 2022:
- Recusa familiar – 3.523
- Contraindicação médica – 2.322
- Parada cardíaca – 952
- Outros – 2.847
A doação obedece a uma lista única nacional. Para que uma pessoa seja efetivamente doadora, é necessário que ela passe por um protocolo de confirmação de morte encefálica. Daniela explica que muitas doações não são efetivadas por outros motivos, além da negativa de famílias.
UOL