Cotidiano

Wagner: Odebrecht pediu Via Expressa; Emílio e Marcelo queriam retirada de candidatura

jacques-wagner-via-expressaAlém de detalhar o processo que resultou na redução do ICMS sobre o nafta, que é apontado como razão para receber doações da Odebrecht, o coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia, Jaques Wagner, disse na manhã desta segunda (12), em entrevista ao radialista Mário Kertész, na rádio Metrópole, que era não bem-visto na empresa por “não facilitar”.

Citado em depoimento de delação premiada do ex-diretor Cláudio Mello Filho, Wagner mencionou também ter sido procurado antes do início das obras da Via Expressa pelo executivo, para que entregasse a obra à empreiteira. “Eles achavam que a obra era deles. Cláudio foi ao meu gabinete e eu disse a ele: ‘Eu não trabalho assim. Vai ter licitação’.

Eles nem entraram na licitação”, contou. De acordo com seu relato, foi oferecida a outro membro do governo a porcentagem de 3% para entregar a obra. Wagner não quis revelar nomes. O ex-governador lembra também que não era a aposta da empresa na eleição de 2006. “O candidato deles não era eu”, aponta, acrescentando que foi procurado em duas ocasiões, por Marcelo e Emílio Odebrecht, para retirar sua candidatura – no depoimento, Mello Filho cita o desconforto de Marcelo em contribuir para sua campanha, já que achava que ele não venceria o pleito. Na entrevista, Wagner ainda falou sobre o acordo fechado entre o governo e a empresa, referente a um débito antigo do Estado referente à Adutora do Sisal, remanescente da gestão de Nilo Coelho (1989-1991).

O ex-governador explicou que a questão já  transitava em julgado (quando não se pode recorrer mais da decisão), com sentença favorável à empresa. Segundo Wagner,a questão foi encaminhada à análise pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e pela Secretaria da Fazenda antes do acordo ser firmado.”Eles aceitaram receber aproximadamente 20% do valor, pago em 80 parcelas”, disse, argumentando que o acerto evitou que o Estado ficasse devendo R$ 1,5 bilhão. Assim como a redução do nafta, Wagner nega que tenhha recebido apoio financeiro por conta da liberação do pagamento. “O motivo pelo qual eles deram ajuda é problema deles”, declarou.

O petista criticou o vazamento das delações, por criminalizarem os alvos das denúncias antes da apuração e eventual comprovação. Quando o cara a prova que não teve nada a ver, já era”.

BN

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