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Viúva de miliciano revela mandante do assassinato de Marielle, diz revista

Julia Mello Lotufo, viúva do ex-PM Adriano da Nóbrega, teria revelado a promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As informações foram reveladas pela revista Veja.

Adriano era acusado de chefiar o Escritório do Crime, um das maiores milícias do Rio de Janeiro. Ele foi morto em operação policial em Esplanada, a 155 quilômetros de Salvador.

Em regime de prisão domiciliar e obrigada a usar tornozeleira eletrônica, Julia propôs a colaboração com o objetivo de conseguir a revogação das medidas restritivas determinadas pela Justiça e, assim, recuperar a própria liberdade. O MP ainda não respondeu se aceita a delação. De acordo com a publicação, alguns promotores demonstraram preocupação com o que consideram inconsistências e ausência de provas em alguns dos relatos recebidos.

Ainda segundo a revista, em fevereiro de 2020, dias depois da morte de Adriano, numa conversa com seis pessoas em Brasília, Julia teria contado que o ex-marido não teria participação na morte da vereadora.

Na delação, a viúva disse que integrantes da milícia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram o ex-capitão para discutir a possibilidade de ele preparar um plano para assassinar Marielle. Os criminosos justificaram que a atuação da parlamentar estaria colocando em risco os negócios da milícia não só em Gardênia Azul, mas em Rio das Pedras.

Julia afirmou que Adriano considerou a ideia arriscada demais. Ao saber do crime, ele foi cobrar satisfações de comparsas de Rio das Pedras e teria ouvido que a ordem partiu do alto-comando da Gardênia Azul. As fontes ouvidas pela Veja não quiseram confirmar a identidade da pessoa que, segundo Julia, ordenou as execuções.

A publicação ressalta que um dos chefes da milícia de Gardênia Azul é o ex-vereador Cristiano Girão. Em setembro do ano passado, a Polícia Civil e o MP realizaram busca e apreensão em endereços de Girão e de pessoas ligadas ao ligadas ao PM reformado Ronnie Lessa, preso por participar do assassinato de Marielle.

Os dois são suspeitos de envolvimento na morte de um casal em 2014, num crime com “características muito peculiares e que se assemelham muito com o que vitimou a vereadora Marielle Franco e seu motorista” segundo o delegado Antônio Ricardo Nunes, na época chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Bahia.ba

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