Cidades

Vendedor quebra cotovelo em acidente de moto e tem rim retirado durante cirurgia

Em 2008, o vendedor Cleiton Oliveira quebrou o cotovelo após sofrer um acidente de moto em uma avenida de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. Ele foi submetido à cirurgia no Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru. Quatro anos depois, o vendedor descobriu que teve o rim direito retirado no procedimento cirúrgico. “É coisa de filme. Coisa que eu não pensava que iria acontecer comigo”, disse Cleiton.

O HRA alegou que ficou agendada apenas a cirurgia do cotovelo, mas a equipe médica achou melhor realizar o procedimento no abdômen para evitar risco de hemorragia. Em nota, o hospital ainda esclareceu que Cleiton foi atendido após um forte trauma e que a direção da unidade está à disposição das autoridades para mais esclarecimentos.

Além de ter quebrado o cotovelo, o vendedor ainda sofreu escoriações no acidente. Na ocasião, ele foi levado para o Hospital Lídio Paraíba, em Pesqueira. No dia seguinte, Cleiton foi transferido para o HRA. Depois de quase um mês internado na unidade de saúde de Caruaru, a cirurgia do cotovelo foi realizada.

CLEITON OLIVEIRA EXAMEO vendedor voltou para casa e com o passar do tempo, segundo ele, começou a se sentir mal, com dores abdominais. Em 2012, depois de realizar exames detalhados, descobriu que o rim direito havia sido retirado por meio de cirurgia.

“Depois que eu saí da cirurgia [do cotovelo], disseram: ‘Você perfurou o baço e a gente teve que retirar’. Eu iria fazer o quê? Já estava cirurgiado. Não podia fazer mais nada. Depois, no trabalho, eu comecei a sentir dores abdominais, cheguei a desmaiar. Fui levado ao hospital de Pesqueira, fiz exames. Em uma ultrassom, descobri que meu baço estava lá e o que faltava era um dos meus rins”, explicou o vendedor.

Ao saber do que havia ocorrido, Cleiton procurou a direção do HRA, mas não obteve resposta. “Na primeira vez que eu fui lá, pedi meu prontuário. Eles me pediram alguns dias para entregar. Quando fui buscar, disseram que meu prontuário tinha sido extraviado”, contou.

CLEITON OLIVEIRA DOCUMENTOO vendedor decidiu procurar um advogado e entrou com uma ação de indenização por danos morais. À época, o juiz do caso condenou o Estado a indenizar Cleiton em R$ 100 mil, mas o hospital recorreu alegando direito a testemunhas e defesa. Desde então, o processo voltou para a Comarca de Pesqueira e nada foi resolvido.

“O Estado de Pernambuco alegou a necessidade de prova testemunhal, como é de praxe. Como não é um processo de natureza sigilosa, eu posso dizer que eles atestaram não reconhecer nem lembrar do paciente”, afirmou o advogado Marcus Vinícius.

G1

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios