Trabalhadores paralisam atividades na construção de escola, em Mutuípe, por falta de pagamento do tempo retroativo ao trabalho sem carteira
Os trabalhadores que paralisaram cobram cestas básicas e o pagamento retroativo de nove meses de trabalho realizados antes que suas carteiras de trabalho fossem assinadas.
![Domingos escola mutuipe](https://midiabahia.com.br/wp-content/uploads/2024/06/20240617_090006-780x470.webp)
Os trabalhadores do novo colégio Antônio Felipe Evangelista Neto, em Mutuípe, paralisaram as atividades nesta segunda-feira (17). De acordo com informações do Mídia Bahia, a paralisação não afeta todos, mas apenas aqueles que estão no projeto desde o início.
Motivos da paralisação
Os trabalhadores que paralisaram cobram cestas básicas e o pagamento retroativo de nove meses de trabalho realizados antes que suas carteiras de trabalho fossem assinadas.
Segundo o pedreiro Domingos, a empresa responsável, ENGEC, já estabeleceu três prazos diferentes para o pagamento desses valores retroativos, mas não cumpriu com nenhuma dessas datas. Com a obra entrando em fase de conclusão, os trabalhadores temem que não receberão os pagamentos devidos.
Domingos explica a situação:
“Nós temos nove meses trabalhando clandestino, sem estar de carteira assinada, e aí nós temos nove meses aqui, eles devem pra gente nove meses de cestas básicas, de retroativo, cada dia é uma data diferente. Era para pagar agora no mês de São João, já mudaram para o outro mês e pagar de três vezes. Nós paralisamos a obra e só vamos voltar a trabalhar quando pagar o retroativo nosso.”
Resposta da Empresa
O site Mídia Bahia tentou contato com a empresa ENGEC para obter uma resposta sobre as reivindicações dos trabalhadores.
“NOTA DE ESCLARECIMENTOS.
Em virtude do acontecimento de hoje 17/06/2024, onde funcionários registrados da empresa ENGEC, responsável pela construção da escola de tempo Integral de Mutuípe, resolveram paralisar suas atividades tecemos as seguintes considerações:
A empresa afirma que não existe nenhum funcionário com salário atrasado, férias ou quaisquer valores que sejam de direito a receber;
O fato motivador dessa paralisação refere-se ao período onde funcionários trabalharam sem registro, que após acordo celebrado com o SINTRACON/BA – Sindicato dos Trabalhadores na Industria da Construção e da Madeira do Estado da Bahia, todos os funcionários foram registrados;
Reforçamos que não houve atrasos de pagamentos, os valores devidos seriam pagos na rescisão final de cada colaborador ao termino da obra;
Atendendo a reivindicação dos colaboradores, a empresa antecipará 50% desses valores devidos, antes do período final de registro;
Informamos ainda que somos uma empresa com mais de 48 anos no mercado, honramos fielmente aos nossos compromissos com colaboradores e fornecedores, somos contra a qualquer tipo de paralisação sem motivos reais e agiremos sempre dentro dos parâmetros legais para combater atos e informações infundadas.
Após entendimentos com direção da empresa, 50% do efetivo em paralisação retornou as suas atividades normais no mesmo dia do ocorrido.
Salvador – Bahia, 17 de junho de 2024.”
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