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SUS realiza primeira cirurgia de redesignação sexual na Bahia

A Bahia teve na ultima quarta-feira (9) a primeira cirurgia transexualizadora realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), localizado em Salvador.

O Hupes é a primeira unidade do estado credenciado junto à Secretaria de Saúde (Sesab) para realizar cirurgia afirmativa de gênero, mamoplastia masculinizadora, histerectomia, tireoplastia e plástica mamária pelo SUS.

Yohana de Santana, mulher trans, é a primeira paciente operada através do programa e já é acompanhada pelo Ambulatório Transexualizador do Hupes desde 2018. No intervalo, recebeu assistência regular de uma equipe multiprofissional e foi considerada apta entre os departamentos de Endocrinologia, Psicologia e Serviço Social para passar pelo procedimento cirúrgico, que altera suas características genitais para que fique em conformidade com o gênero com o qual a pessoa se identifica socialmente. A cirurgia foi conduzida pela equipe do cirurgião Ubirajara Barroso Jr.

Foto: Ascom Hupes/Ebserh/UFBA

Inicialmente, o programa vai ofertar uma vaga mensal para realização das cirurgias afirmativas, enquanto aguarda credenciamento como unidade hospitalar junto ao Ministério da Saúde, quando vai poder ampliar a oferta de procedimentos.

“As cirurgias regulares de transgenitalização são uma novidade na Bahia, onde a demanda é bastante significativa. Nessa primeira paciente fizemos a clitoroplastia, vaginoplastia e labioplastia. Ou seja, realizamos a construção de uma neovagina utilizando tecidos da própria paciente. Nesse momento retiramos também os testículos”, explica o cirurgião Ubirajara Barroso Jr., que também é coordenador da disciplina de Urologia na Ufba.

O SUS oferece desde 2018 procedimentos ambulatoriais e cirurgias para pacientes que queiram fazer a redesignação sexual. O centro baiano será o décimo com habilitação também hospitalar para realização dessas cirurgias.

De acordo com o Jornal Correio, o tempo de recuperação da cirurgia é breve, podendo voltar as atividades sexuais após dois meses do procedimento. A internação é de cerca de 2 a 3 dias para mulheres trans e de 5 dias para homens trans.

Para fazer a cirurgia, é preciso ter mais de 21 anos, estar inscrito no ambulatório de transgêneros do Hupes, e ter passado pelo menos dois anos pelo programa proposto pela equipe multidisciplinar, que contempla o acompanhamento com uma equipe médica e psicológica, a mudança de nome social e a etapa hormonal, entre outros.

O novo centro cirúrgico ajudará a população trans que já é atendida pelo ambulatório multidisciplinar, coordenado pela médica Luciana Oliveira. “Mais de 400 pacientes já foram atendidos pela equipe multiprofissional do Ambulatório Transexualizador do HUPES”, explica.

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