Saúde

Suplemento alimentar e os riscos a saúde

SUPLEMENTO ALIMENTAR 3Quem costuma freqüentar, além das aulas, as lojas da academia onde se exercita, deve saber que suplementos alimentares não devem ser adquiridos da mesma forma das roupas de ginástica. Estes suplementos, como isotônicos, hipercalóricos, vitaminas e fitoterápicos, vendidos também em farmácias e supermercados, são ingeridos por atletas amadores, muitas vezes sem necessidade e com risco à saúde.
O consumo excessivo pode causar problemas gastrointestinais, neurológicos e renais, entre outros. O alerta é feito pela nutricionista Márcia Daskal Hirschbruch, coordenadora do Ambulatório de Nutrição Esportiva do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA), que acaba de concluir um estudo sobre o assunto com 201 freqüentadores de academias de São Paulo, entre 15 e 25 anos.

Riscos – Segundo a pesquisadora, as bebidas esportivas, ou isotônicos, servem para hidratar e não acarretam riscos, a princípio, a menos que a pessoa que ingere tenha problemas como diabetes ou pressão alta – por isso, é preciso sempre consultar o médico ou nutricionista. Os suplementos que causam maior preocupação são os que se propõem a aumentar a massa muscular ou queimar gordura. Isso porque muitos deles não produzem o efeito que prometem e vários contêm substâncias que podem ser perigosas para o organismo. Ou seja, o consumidor pode estar apenas tomando uma pílula de farinha (e gastando dinheiro à toa) e pensar que está fazendo algum bem para seu condicionamento físico. Ou pior: pode ter graves problemas de saúde.
Segundo Márcia, as quantidades de substâncias nos suplementos são sempre exageradas para os atletas amadores, porque são elaboradas para a dieta dos profissionais. Os suplementos à base de proteínas e aminoácidos podem causar problemas nos rins e fígado. Produtos que prometem a perda da gordura trazem substâncias como a cafeína, que, dependendo da dose, podem causar taquicardia. Até mesmo o suor que a cafeína provoca engana o consumidor, que pensa que está realmente perdendo gordura. Ela lembra ainda que o termo “queimador de gordura” foi proibido pela Vigilância Sanitária.
Outro suplemento da moda é a creatina. Indicada para atletas de esportes de explosão, como jogadores de futebol e corredores dos 100 metros para recuperar o músculo, para fornecer energia rapidamente, vem sendo consumido por quem quer ganhar massa muscular. Isso não ocorre. Na verdade, existe um efeito colateral que é o acúmulo de água no músculo, e muitas pessoas tomam este suplemento acreditando que estão ganhando massa muscular.

Prescrição – Dos freqëntadores de acedemia pesquisados, 61% usam algum tipo de suplemento alimentar – 43% fazem autoprescrição e 27% são indicados por treinadores. Apenas 10% recebem orientação adequada sobre o uso destes produtos. Cerca de 11% dos que ingerem suplementos disseram que estavam dispostos a utilizar “bombas”, os anabolizantes. Em estudo anterior, a pesquisadora detectou que cerca de um quarto das pessoas achava que o suplemento não era necessário, mas 100% achavam que ele funcionava.

Fiscalização – Todo suplemento colocado no mercado, tanto nacional quanto importado, deve ter registro no Ministério da Saúde – é claro que muitos não têm. Quanto aos importados, a nutricionista chama a atenção para o fato de não serem fiscalizados nos países de origem. Os norte-americanos, por exemplo, não estão sujeitos ao FDA (Food and Drug Administration), órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos, ou a qualquer outro organismo. A falta de controle preocupa – já foram detectados resquícios de fertilizantes em suplementos, por exemplo.
Por todos estes motivos, não se deve tomar qualquer suplemento sem consultar um médico ou nutricionista antes. Somente estes dois profissionais podem prescrever qualquer suplemento, inclusive vitaminas.

Adriana Gordon
Da equipe do DiárioNet

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