Cidades

Solteiras fazem promessas a Santo Antônio; conheça a história do santo casamenteiro

SANTO ANTONIOCerca de 64 milhões de brasileiros estão solteiros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011. Com tanta gente disponível no mercado, uma data no ano tem sido a mais aguardada, dia 13 de junho, mais conhecida como, Dia de Santo Antônio.

Na tradição passada de mãe para filha, a devoção ao santo alimenta a crença de que ele vai fazer com que a moça consiga um marido para casar. Com o objetivo traçado, vale de tudo, promessas, trezenas e até mesmo simpatias.

Entre as mais famosas, está a de tirar o Menino Jesus do colo do religioso, e só devolver após conseguir um namorado. É a época do ano em que o santo mais sofre, é afogado, colocado de cabeça pra baixo, dentro do congelador, ou virado para a parede, tudo em nome, da busca pelo amor.

Na casa da professora, Deusa Maria, todo ano, no mês de junho, a trezena é realizada. A tradição veio do interior onde morava e vem dando resultado. Todas as filhas ou casaram ou mantém relacionamentos há mais de 10 anos. “Quem trouxe o costume foi a minha mãe, do interior onde morava. Em Sapeaçu, era tradição ir de casa em casa rezar. Faziam os pedidos e iam alcançando. Quando nos mudamos para a capital, minha mãe continuou fazendo, e eu mantenho. As minhas filhas fizeram pedido para casar, e todas ou já estão casadas, ou mantém relacionamentos de anos. Mas não basta só pedir, depois de alcançar o casal tem que vir todo ano, ao menos um dia rezar para o santo,” conta.

Devoção – A tradição é tão grande, que toda a rua participa. “A gente também pretende continuar por que todo mundo gosta. A vizinhança toda vem. As filhas chamam as amigas que sempre trazem uma vela e pedem um amor. Depois saímos em caminhada pelo bairro com a imagem do santo, agradecendo e pedindo,” diz a professora. A administradora, Tatiana Fidelis, já teve uma graça alcançada pelo santo. Mas o casamento não deu certo e esse ano, ela já se prepara para um novo pedido. “Vou pedir um novo amor a Santo Antonio e sei que ele há de me atender. A culpa do casamento não ter durado não foi do santo, foi do homem mesmo. Deus nós da à oportunidade de sermos felizes, mas muitas vezes jogamos fora,” brinca.

Origem da crença de “casamenteiro” – Santo Antônio nasceu em Lisboa por volta do ano de 1195. Ele era um evangelizador de famílias, mas a crença de que o santo era capaz de tornar realidade o sonho de se casar começou quando uma jovem muito pobre pediu a bênção do então Frei Antônio porque não conseguia realizar o casamento devido à baixa condição financeira.

A família da moça não tinha dinheiro para pagar o dote, pois naquela época era obrigatório, e as vestimentas para a cerimônia e o enxoval. O frei abençoou a moça e pediu que confiasse, pois receberia as doações e a solidariedade necessária para a realização do casamento. Algum tempo depois, a jovem recebeu em casa tudo aquilo que precisava e conseguiu se casar. O fato fez com que se espalhasse pelo mundo inteiro a notícia de que Santo Antônio arranjava casamentos. E desde então as mulheres passaram a acreditar se não conseguissem o marido deveriam castigar o santo para que ele, pressionado, as ajudasse a realizar o seu sonho. (Tribuna da Bahia)

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