Cotidiano

Sedentarismo é um problema que acomete 66% da população do país

SEDENTARIO - PRATO DE COMIDAO sedentarismo é um mal que vem crescendo no mundo todo e está tornando-se um problema de saúde pública. Considerado a doença do século, é associado ao dia a dia agitado, aos hábitos decorrentes das facilidades da vida moderna e ao conforto proporcionado pela tecnologia. De acordo com critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), sedentária é a pessoa que pratica menos de 150 minutos de atividade física por semana. Uma pesquisa realizada no Brasil pela agência de inteligência e pesquisa de mercado Hello Research com uma amostra de 1000 pessoas, em 70 cidades espalhadas por todas as regiões do país apontou que 66% das pessoas não praticam exercícios físicos, mesmo que esporadicamente. A faixa etária dos 45 a 59 anos abriga a maior parcela de inativos físicos. Entre os sedentários, as mulheres lideram o ranking com 76% contra 55% dos homens. Segundo um estudo realizado em 2012 pelo Brigham and Women’s Hospital e pela Harvard Medical School e publicada na revista científica “The Lancet”, este mal faz cerca de 5 milhões de vítimas fatais no mundo a cada ano. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que doenças crônicas associadas ao excesso de peso, à má alimentação e ao sedentarismo, respondem por mais de 70% das causas de morte no país. Já a estatística divulgada em 2013 pela OMS revela que em 2030 a inatividade física será a causa de 23,3 milhões de óbitos no planeta.

O sedentarismo e suas consequências à saúde – Manter-se inativo facilita o desenvolvimento da obesidade, de doenças cardiovasculares, da hipertensão arterial, da osteoporose, do diabetes e do colesterol alto, entre outras enfermidades. Também é o responsável pela maior incidência de fraturas causadas pelas quedas, especialmente entre os idosos. Além disso, pode agravar problemas de saúde já existentes, algumas vezes levando o sedentário ao óbito. Estima-se que uma em cada dez mortes precoces é atribuída ao sedentarismo. Além das várias doenças que pode desencadear, a inatividade física acelera, agrava e multiplica riscos que seriam inerentes ao processo natural de envelhecimento. “Ser sedentário é o caminho mais rápido para o envelhecer associado com doenças e fragilidades, chamado pelos especialistas de senilidade”,informa Cybelle Diniz, geriatra da UNIFESP. No decorrer dos anos o organismo passa por modificações como a redução da massa muscular e a diminuição do conteúdo de cálcio nos ossos; a inatividade física piora estas situações. O sedentarismo tem impacto direto na saúde muscular e óssea, além de provocar o endurecimento dos ligamentos e tendões. Ele causa o enfraquecimento dos músculos, deixando os ossos desprotegidos e o corpo vulnerável, uma vez que são estes os responsáveis pelos movimentos, força, postura, flexibilidade e equilíbrio corporal. Para as mulheres os riscos são ainda maiores uma vez que o sedentarismo pode acentuar a perda de massa óssea com a chegada da menopausa, algo que é comum neste período, predispondo à osteoporose e fraturas dos ossos. A inatividade física prejudica o organismo como um todo, deixando-o vulnerável tanto fisicamente quanto fisiologicamente. Manter-se ativo e adotar um estilo de vida saudável são fatores importantes para a promoção da saúde durante toda a vida. No entanto, nunca é tarde para começar. Um grande número de pessoas acredita que atividade física é somente aquela realizada em academias de ginástica. Muitos também associam a prática de exercícios a resultados estéticos. Isto é um mito! Se exercitar é promover saúde, bem-estar e melhor qualidade de vida ao longo dos anos.

Mexa-se! Os benefícios da atividade física – Para sair do sedentarismo, especialistas indicam que a prática de 30 minutos de atividades físicas, no mínimo, cinco vezes por semana, já traz benefícios ao corpo e ao bom funcionamento do organismo. “A única forma de combater o sedentarismo é se movimentando. Quando uma pessoa se movimenta todo o corpo reage e os benefícios são inúmeros, desde músculos mais fortes e ossos mais firmes e resistentes até ganho de condicionamento cardiopulmonar, melhora do humor, do padrão de sono, da libido, da memória e do funcionamento intestinal. Exercitar-se é cuidar da saúde”, alerta Cybelle. Fazer pequenas mudanças no dia a dia, como trocar o elevador pelas escadas, podem fazer diferença. O importante é movimentar-se a fim de promover a saúde, assim como estimular o bem-estar físico e até mesmo mental. O ideal é escolher atividades que goste e proporcionem prazer, afinal, não é interessante começar algo a qual dificilmente dará continuidade. Pode ser uma caminhada em ritmo mais acelerado, uma corrida no parque, um passeio de bicicleta, futebol com os amigos. Com a prática regular de atividades físicas a capacidade de órgãos vitais, como coração e pulmão, é aumentada. Com isso, mais sangue e oxigênio são transportados por todos os tecidos, otimizando o funcionamento destes. Há também o aumento dos leucócitos, fortalecendo o sistema imunológico. Além disso, o gasto de energia corporal ajuda a controlar a depressão, o cansaço mental e a falta de memória, assim como auxilia na diminuição dos níveis do colesterol ruim e na elevação do colesterol bom.

Movimentar-se auxilia ainda no fortalecimento dos músculos, que protegem os ossos e estimulam a fixação do cálcio e a manutenção da saúde óssea por meio da contração muscular. Quem se mantém ativo tem mais disposição para as tarefas do dia a dia e está menos propenso ao estresse, uma vez que com o corpo em movimento o organismo libera endorfina, hormônio que dá sensação de bem-estar. Especialistas afirmam que a longo prazo quem se mantém ativo tende a viver aproximadamente seis anos a mais que os sedentários. Antes de começar a se exercitar, quem é sedentário deve procurar um médico ou profissional especializado a fim de avaliar a atual condição física e de saúde. Somente um especialista poderá indicar a melhor atividade levando em conta as capacidades e as limitações de cada um.

Segundo a geriatra: “Se no presente uma pessoa não reserva tempo para se exercitar, no futuro terá que fazer, não por opção, mas para tratar as consequências de sua inatividade. É claro que uma atividade prazerosa será mais fácil de ser incorporada ao dia-a-dia. Contudo, como qualquer hábito, manter a frequência é fundamental”.

Atividade física + alimentação saudável = qualidade de vida! – A prática de atividade física traz melhorias à saúde, no entanto, não deve-se confundir benefício com solução. Manter hábitos e alimentação saudáveis também tem papel importante para uma boa qualidade de vida. É fundamental o aumento do consumo de proteínas de qualidade, aminoácidos essenciais, vitaminas, cálcio e nutrientes com uma alimentação farta em frutas, verduras, legumes e carnes magras. A ingestão de alimentos gordurosos, de sal e açúcar deve ser controlada. Para dar uma força na nutrição, utilizar suplementos nutricionais é uma boa alternativa. (iG)

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