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Quando a mãe chora e o filho não vê, por Celino Souza

Em Artigo Celino Souza reflete a violência em Vitória da Conquista.

mae chora
Aí você rala o ano inteiro, a vida inteira pra comprar o smartphone dos seus sonhos, um notebook, tablet ou a moto que você tanto queria para se livrar das tarifas do busão, um carro conseguido á vista ou financiado em sei lá em quantas “suaves” prestações, mas ainda sem seguro e eis que surge – do nada – um moleque “de menor”, mas com compleição física de fazer inveja a qualquer marombado e grita, de arma em riste: – Perdeu, perdeu, passa pra cá !.
E assim, do nada, seu castelo se desmorona, seus sonhos viram pesadelo e tem-se início a noites e noites insones, tentando entender o porquê disse tudo, a razão que levou você a entrar para a terrível lista das estatísticas policiais como vítima. Menos mal quando “vão-se os anéis e ficam-se os dedos”. Você está vivo, foi poupado. Graças a Deus.
Mas, e se o seu “anjo da guarda” não estivesse de plantão e o marginal, além de assaltar, num gesto de sadismo – ofuscado pelas drogas – ainda puxasse o gatilho ou aplicasse um certeiro e fatal golpe de faca ? Deus nos livre. Amém. Esse é o nosso mundo cão, com chamas do inferno atiçadas pela voraz sede de drogas.
Lá se vai mais um patrimônio suado, honesto, ser transformado em pó (desculpe o trocadilho) ou em pedras de crack nas incontáveis bocas-de-fumo espalhadas pela cidade. Poderia acontecer em qualquer lugar do mundo, mas voltemos os olhos para o nosso próprio quintal: Vitória da Conquista, terceiro maior município da Bahia, com mais de 330 mil habitantes e refém do medo.
Multiplicam-se grades em portas e janelas, cercas elétricas em muros e diminui-se a eficácia do aparato policial. Culpa dos nossos gestores políticos, que preferem beneficiar municípios menores por conta de birras com adversários. Jequié tem mais policiais, em termos proporcionais, que Conquista.
Como fazer ecoar isso aos ouvidos do governador, se os nossos representantes (sic) estão amparados por seguranças particulares e não menos incapacitados assessores lambe-botas ? Na falta de políticas públicas, resta-nos confiar em Deus e, que me perdoem os defensores dos direitos humanos para “humanos tortos”, mas o fim de quem se envereda pelo caminho do crime é cadeia ou cemitério.
Nos últimos dias, a proposito, a segunda opção tem sido a mais eficaz para erradicar do seio social alguns jovens que querem pagar de bacana, tirar onda de playboy e príncipes da luxúria e ostentação. De que adianta curtir baladas, praias, whiskies importados, carros rebaixados e com som de trio, se não se pode chegar aos 18, 20, 25 anos de idade ?
Não se iludam, meus jovens errantes. “A vida do crime não é brincadeira, se vacilar, vira peneira”, alerta a letra de um funk proibido. Saia enquanto é tempo. Lutem, trabalhem, estudem e, se não conseguir realizar seu sonho de carro do ano e cordão de ouro, pelo menos dê orgulho ao seu pai, sua mãe, seus amigos. Ser pobre não é defeito. Defeito é roubar, já dizia minha saudosa mãe.
Hoje você pode até gritar para a sua vítima e viver da ilusão do seu roubo ou do seu vício, mas logo, logo será você. E então ? Vai aceitar o conselho ou vai esperar seu algoz lhe estourar os miolos e, em vez de você, escutar pela última vez: – Perdeu, perdeu ? Texto escrito por Celino Souza / Blog do Anderson
Veja também
Artigo; Quando a vítima exerce o direito da defesa
Artigo – Corrupção: um crime financiado pelos brasileiros.
Artigo | A Paulista do Alto do Caminhão‏

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