COVID-19

Professora da UFBA alerta para riscos de contágio nos ônibus de Salvador

O transporte público em Salvador não garante a segurança mínima para o não contágio pelo Corona vírus

Grande parte dos trabalhadores em Salvador está em risco com a redução da oferta de ônibus urbano e metrô. A frota reduzida em até 30%, desde sábado último, significa mais pessoas em um mesmo transporte, aumentando o risco de contágio pelo coronavírus. E são exatamente os trabalhadores mais desprotegidos, que não têm a opção de ficar em casa ou trabalhar de casa (teletrabalho).


Este é o alerta dado pela professora da UFBA,  a epidemiologista e médica do trabalho Rita Fernandes. Ela defende que todo mundo deveria ficar em casa, em distanciamento social, mas como isto não tem sido possível ainda para todos os trabalhadores, ela se preocupa com esse contato próximo que dificulta adotar as medidas preventivas de distanciamento físico dentro do transporte público e até nos pontos de ônibus – se tem menos ônibus a espera é maior e há aglomeração. 


A médica do trabalho faz um apelo:  “Em um momento como este, é preciso garantir uma frota normal para que menos pessoas circulem dentro do ônibus e metrô”. Ela lembra que a maioria dos que conseguiram fazer o isolamento social é uma pequena parcela da população, e desses uma parte representativa anda de carro próprio. “Os mais desprotegidos são os porteiros, vigilantes, garis, empregados domésticos, trabalhadores da construção civil, farmácias e supermercados e os da área de saúde, que continuam trabalhando, já que não estão com garantia de emprego ou renda mínima para permanecerem em casa”.


Para ela, a redução da frota de transporte público não se justifica. “Os trabalhadores que estão sem sair de casa são aqueles que podem trabalhar de casa, trabalhadores de shopping, atividades de entretenimento/cultura (cinemas, teatros), e, a partir desta quarta-feira, os de bares e restaurantes, que é uma parcela mínima”, analisa a professora.  


“Se a redução da frota visava, em tese, contribuir para redução da circulação de pessoas, o que está acontecendo é maior exposição dos que estão obrigados a circular – cumprindo suas jornadas de trabalho”, comenta a médica.

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