Laje

Politizar a segurança pública no Vale do Jiquiriçá, não ajuda, nem resolve o problema

Proximidade da eleição faz debate por segurança pública vir à tona.

Politizar o problema da segurança pública não ajuda a resolver e até atrapalha. Não é difícil encontrar nas redes sociais a afirmação: “Cadê o prefeito? A cidade está jogada as traças”. Nas últimas horas, Laje, um pequeno município do Vale do Jiquiriçá, registrou quatro homicídios, recentemente a frase foi muito usada em Mutuípe, também após alguns crimes.

É por não saber a quem cobrar que as coisas estão desta forma! Segurança pública é dever do estado. Mas, a população é pouco esclarecida com relação a isso e em tempos de eleição, alguns se aproveitam das deficiências da área e a comoção da população para “surfar na onda”.

Sempre que um crime acontece é comum cobrar ações de segurança pública, geralmente critica-se o policiamento e pede-se mais viaturas, o problema não é somente esse. Os investimentos precisam acontecer na proteção social e educação, ai entra o investimento dos três pilares: município, estado e União, ai é preciso cobrar os agentes políticos das três esferas.

A política pública de segurança mais parece enxugar gelo, faz tempo que as cidade que compõem a área da 4ª Companhia de Polícia Militar contam com dois policiais por plantão, a viatura faz o patrulhamento somente com o motorista e um carona, sendo raro observar três, isso acontece desde meados de 2022, mas a população sequer percebeu e é somente um veículo para cidades pequenas, com grandes extensões rurais.

A prevenção de crimes contra a vida é uma prioridade, mas conversando em tempos passados com um oficial da polícia, ele dizia o quão difícil é prevê-los e conseguir evitá-los, e que o problema da segurança pública é cíclico e não como uma obra que é feita e dura vários anos sem apresentar problemas.

A 4ª Companhia citada acima, pode deixar de existir a qualquer momento, há tempos o governo do estado vem fazendo uma reestruturação na polícia, e por consequência disso, Mutuípe e Laje podem passar a ser comandados pela 99ª Companhia Independente de Polícia Militar em Amargosa, enquanto que Jiquiriçá e Ubaíra, poderiam até serem transferidas para Jaguaquara.

Quando essas informações são questionadas aos comandantes do Batalhão e Policiamento Regional, eles negaram que isso esteja planejado, porém, confirmam que o assunto foi debatido, mas sem prazo de implementação. Um questionamento: se isso ocorrer, vai melhorar a segurança pública, rebaixar a companhia a pelotão vai proporcionar mais segurança?

Ninguém pergunta, o profissional que está nas ruas está bem remunerado? Ele está recebendo boas condições de trabalho para fazer o seu papel com afinco?

O problema é muito mais grave, discursos políticos como os que estão sendo feitos em Laje, tornam o debate vazio, o tema era para ter sido amplamente debatido no processo eleitoral em 2022, mas naquela oportunidade ninguém estava preocupado como os indicadores que já eram muito ruins. Passado esse processo, cabe agora sentar com o governador do estado para criticar o problema e buscar soluções, porém, não é particularidade do Vale do Jiquiriçá, e sim do estado. A Bahia é violenta.

As críticas que estão sendo feitas aos prefeitos, as vésperas de eleições municipais não tem objetivo de melhorar a segurança pública, mas sim de promover desgaste para tentar levar outras pessoas ao poder, é oportunismo e a segurança pública continuará sendo um problema.

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