Cidades

Policiais pagam fiança e fazem compras para homem que roubou carne para filho

CESTAS BASICAS - DFPoliciais civis do Distrito Federal tiveram uma atitude inusitada nesta quarta-feira (13): eles pagaram a fiança e fizeram compras para um homem preso pela equipe. Segundo o agente Ricardo Machado, o ladrão é desempregado e contou que havia se confundido com as datas. Acreditando que já havia recebido o valor que recebe mensalmente do Bolsa Família (R$ 70), ele foi ao mercado para comprar pão, mussarela, mortadela e carne. Contudo, ao passar as compras no caixa, ele descobriu que só tinha R$ 14 de saldo e tentou esconder 2 kg de carne – que custavam R$ 26 – na mochila. O dono do estabelecimento não aceitou desculpas e chamou a polícia. A polícia informou que o desempregado chegou a desmaiar na delegacia e, ao ser questionado se estava bem, disse que não comia há dois dias para que o filho de 12 anos pudesse comer o pão que havia na casa. O homem disse ainda que perdeu o emprego após ter que acompanhar a mulher, que passou oito meses em coma no hospital. “Dei a ele R$ 30 para pagar a carne e depois fui contar aos colegas o que estava acontecendo no plantão. Ficou todo mundo comovido, e logo um tirou R$ 5, outro R$ 10, outro R$ 20 do bolso”, lembra Machado, ao G1. A fiança, estipulada em R$ 270, foi paga por uma das agentes, enquanto o resto do valor arrecadado foi utilizado para comprar mantimentos. “Na hora que passávamos pela seção de higiene, um colega perguntou se ele tinha pasta de dente. Ele disse que tinha mais de mês que não escovava os dentes com pasta, e pedimos que ele pegasse lá, então. Ele, na humildade dele, voltou com a menorzinha e mais barata. Brincamos que isso não dava nem para um dia e pegamos logo cinco, aí pegamos sabonete e todo o resto”, contou o agente. Machado diz que ele “não conseguia acreditar e não parava de agradecer”. “Ele cuida da casa e do menino pela manhã e à tarde vai atrás de bicos, mas não conseguiu nada nos últimos dois meses. A gente sabe que o crime não é certo, mas eu me ponho no lugar. Imaginei a minha filha passando fome. O que eu não faria nessa situação?”, questionou.

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