Cotidiano

Órgão federal emitiu alerta na Bahia, mas chuvas superaram todas as previsões

As chuvas no sul e sudoeste da Bahia foram previstas pelo órgão federal o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais),que emitiu um alerta no dia de dezembro.

Contudo, o temporal que atingiu a região e causou destruição em dezenas de cidades superou toda as previsões.

De acordo com o Cemaden, a média histórica do mês é de 150mm de precipitação. No entanto, até esta segunda-feira (27) vários municípios já registravam um acúmulo de 400mm de chuva.

Outros documentos elaborados pelo Cenad, Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), ligado ao Ministério do Desenvolvimento Regional, também alertavam para o risco, mas sem dimensionar a extensão do problema.

O primeiro alerta do Cemaden, do dia 20, saiu por meio de uma nota técnica sobre a previsão de chuvas intensas. Intitulado “Risco de novas inundações e deslizamentos de terra na Bahia nos próximos dias”, o documento diz: “muito provável ocorrência de chuvas volumosas, especialmente entre os dias 24 e 25 de dezembro, [que] permitem identificar um ALTO RISCO de ocorrência de novos deslizamentos de terra e inundações”. O segundo documento, do dia 21, amplia o período de chuva previsto — para 24 a 26 de dezembro.

“O Cemaden recomendou fortemente a manutenção em campo das equipes de apoio que atuaram nas últimas inundações e a manutenção do estado de alerta da Defesa Civil do Estado da Bahia”, afirma.

“O que vimos foi uma chuva intensa prevista, mas que veio maior que os modelos previstos. Em algumas áreas da Bahia choveu em um dia o que deveria chover no mês”, afirma José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden.

Em pelo menos duas cidades, Valença e Ilhéus, entre os dias 24 e 27, choveu mais que o previsto nos modelos máximos previstos, por exemplo.

Marengo explica que o maior problema é a concentração de chuva em um curto espaço de tempo e também a forma como se distribui nas regiões, principalmente nas áreas próximas a rios.

“O problema não é tanto o volume, mas como é distribuída. Se a chuva cai em pouco tempo, tem um potencial para causar desastre natural maior. Se essa chuva se concentra em dois dias, por exemplo, as barragens são destruídas pela força dela”, pontua.

São justamente nessas localidades onde se deve ter maior atenção.

“E aí não só da chuva, mas de movimento de massa, inundações, enxurradas. Esses são os desastres que matam mais pessoas no Brasil. Ainda falta um pouco de preparação, com pessoas morando em áreas de risco”, resume.

Até esta segunda-feira (27), de acordo com informações da Defesa Civil da Bahia, 20 pessoas morreram vítimas das chuvas, enquanto 358 ficaram feridas e mais de 470 mil cidadãos foram impactados pelo desastre natural.

Bnews

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