Cotidiano

Oftalmologista explica a causa do olho trêmulo

Sensação de pálpebra pulsando pode ser mais comum do que se imagina e, na maioria das vezes, é um incômodo temporário.

Quem nunca sentiu aquela sensação desconcertante de um olho trêmulo, que parece vibrar sem motivo aparente? Embora muitas pessoas já tenham experimentado esse fenômeno, poucas sabem o que realmente está por trás dessa condição, conhecida cientificamente como mioquimia. Esse termo refere-se a contrações involuntárias e repetitivas do músculo orbicular das pálpebras, que podem causar essa sensação incômoda.

Para entender melhor o que provoca esse tremor ocular e quando é necessário se preocupar, conversamos com o Dr. Ricardo Filippo, oftalmologista de Campo Grande, Rio de Janeiro.

De acordo com o Dr. Ricardo Filippo, “o olho trêmulo é, na maioria das vezes, um sintoma benigno e temporário”. Ele explica que as causas mais comuns desse tremor são o estresse, a falta de sono e o consumo excessivo de cafeína. “Quando estamos estressados ou não dormimos bem, nossos músculos, incluindo os das pálpebras, podem reagir com espasmos involuntários”, acrescenta. Essa condição é frequentemente associada a períodos de alta demanda emocional e mental, quando o corpo, de alguma forma, manifesta o desgaste acumulado.

O impacto do estresse e da fadiga

O estresse e a fadiga são, de fato, os principais culpados pelo olho trêmulo. Quando passamos por situações de estresse elevado, o corpo libera hormônios como o cortisol e a adrenalina, que podem afetar o funcionamento do sistema nervoso, levando a esses espasmos musculares involuntários. “Em momentos de alta pressão, o corpo pode manifestar sinais sutis de que algo não está bem, e o tremor das pálpebras é um desses sinais”, esclarece o Dr. Ricardo.

Além disso, a privação de sono contribui significativamente para o problema. “O sono é fundamental para o relaxamento muscular e a recuperação do corpo”, comenta o oftalmologista. Quando não descansamos o suficiente, os músculos não têm a oportunidade de relaxar, o que pode resultar em espasmos durante o dia. Portanto, manter uma rotina de sono adequada é uma das melhores maneiras de evitar esse incômodo.

Cafeína e outras substâncias estimulantes

Outro fator frequentemente relacionado ao olho trêmulo é o consumo excessivo de cafeína. A cafeína é um estimulante que atua no sistema nervoso central, aumentando a atividade cerebral e, consequentemente, a excitação dos músculos. “O consumo exagerado de cafeína pode sobrecarregar o sistema nervoso, provocando reações como o tremor das pálpebras”, alerta o Dr. Ricardo. Além da cafeína, outras substâncias estimulantes, como nicotina e certos medicamentos, podem ter efeitos semelhantes.

Olho seco e irritações

O olho trêmulo também pode ser desencadeado por irritações oculares, como o olho seco. Quando o olho não produz lágrimas suficientes ou as lágrimas evaporam muito rapidamente, a superfície ocular fica ressecada, o que pode provocar um desconforto que se manifesta através de espasmos. “O olho seco é uma condição bastante comum, especialmente entre pessoas que passam muitas horas em frente ao computador”, destaca o oftalmologista. O uso prolongado de telas pode diminuir a frequência de piscadas, o que agrava o ressecamento e pode desencadear o tremor.

Além disso, alergias oculares e irritações causadas por poluição, fumaça ou uso de lentes de contato por longos períodos também podem estar por trás desse sintoma. Nesses casos, o tratamento das causas subjacentes geralmente resolve o problema.

Quando se preocupar

Embora o olho trêmulo seja, na maioria das vezes, inofensivo, existem situações em que ele pode ser um sinal de alerta para problemas mais sérios. Se o tremor persistir por mais de uma semana, se estender para outras partes do rosto ou for acompanhado de outros sintomas, como dor ou visão dupla, é fundamental procurar um oftalmologista. “O tremor prolongado ou associado a outros sintomas pode indicar condições neurológicas mais graves, como blefaroespasmo ou até mesmo esclerose múltipla”, adverte o médico.

Ele também fala sobre a importância de um exame oftalmológico regular, especialmente para aqueles que apresentam esse sintoma com frequência. “Um check-up ocular pode identificar possíveis problemas subjacentes e garantir que o tratamento adequado seja iniciado o quanto antes”, conclui.

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