"Não vamos incendiar o Brasil", afirma líder do PT no Senado
O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), tem adotado um tom de oposição ao eventual governo do vice-presidente Michel Temer.
Costa disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o impeachment é golpe e que o governo de Temer será ilegítimo. Porém, o ex-ministro do governo Lula destaca que o PT deve evitar oposição radical. “Não vamos incendiar o Brasil”, afirma.
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O senador também fez uma autocrítica em relação a erros cometidos pelo partido e pela presidente. “Dilma é uma pessoa que tem uma dificuldade de dialogar, de ouvir. Ela não se adaptou a um modo de fazer política que existe no Brasil”, avaliou.
Sobre a possibilidade de Temer procurar o PT para um diálogo após assumir o cargo. Costa diz que não vê espaço para isso. “Não vamos incendiar o Brasil, mas não faz sentido isso. O cara fez parte do nosso projeto, do governo, exerceu influência dentro do governo, e, ao mesmo tempo, fez uma aliança com nosso maior adversário para nos derrubar, e isso cria uma situação muito difícil para diálogo”, pontuou.
“Não reconhecemos a legitimidade desse governo, que usurpou o poder, não vejo o PT se dispor a sentar com ele. Lógico que não vamos fazer oposição ao Brasil. Ninguém imagina, ou pelo menos eu defendo, que o PT vai propor pauta-bomba, nem fazer jogo de corporativismo”, completou Costa.
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Questionado se a nomeação do Lula para a Casa Civil teria sido um erro, o senador considera que foi correto. “Acho que foi correto e acho que essa vinda do Lula para o governo deveria ter acontecido há muito mais tempo. Na verdade, o que levou a um agravamento da crise foi tornar público aquelas gravações em relação a Lula, a delação do Delcídio do Amaral. Eu diria que Michel Temer tem que agradecer 50% a Eduardo Cunha e 50% a Sérgio Moro [juiz da Lava Jato] por ele ser presidente agora”, afirmou em entrevista à Folha.
Em relação a possibilidade de Lula ser o nome do PT para as eleições de 2018, Costa destaca que “Lula não tem nenhuma obrigação de ser o candidato do PT. Tem toda condição política de dizer que não quer. Foi presidente duas vezes, elegeu a sucessora duas vezes. Ele não tem obrigação”.