Cotidiano

“Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente”, diz Wassef

O advogado Frederick Wassef conversou com o jornal Folha na última sexta-feira (10), em um centro comercial, localizado a 10 km do Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, o advogado tentava se esquivar ao falar de sua relação com a família Bolsonaro, e refutou ao ser questionado sobre os rumores de ter a capacidade de implodir o governo Bolsonaro. “Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente”.

Wassef afirma que, em dezembro de 2018, “quando estoura esse escândalo [da “rachadinha”] e vem a público essa questão, a decisão da família do então presidente eleito foi imediatamente cortar todo e qualquer tipo de relação com o ex-assessor de Flávio”.

“O fato fala por si. A família fez uma opção. Deu o escândalo, eles cortaram relações e falaram: ‘Vamos esperar isso ser apurado. Quando se resolver, [vemos] se volta a falar [com ele]'”, disse. 

Na conversa, Wassef foi perguntado se atualmente estaria em melhor situação caso repetisse o exemplo dos Bolsonaro, o advogado concorda, aponta suas diferenças com a família e se compara a Queiroz na luta contra o câncer.

“Sim. A diferença entre eu [sic] e a família Bolsonaro é que sou uma pessoa que passou os últimos dez anos sofrendo em hospital, tive quatro cânceres, duas quimioterapias horrorosas.  Passei dez anos de muita dor e sofrimento. Sou um ser humano diferente. Tenho uma sensibilidade especial à pauta câncer, saúde, ajuda ao próximo.”

Pouco tempo depois ele se corrige ao tentar explicar essa diferença. “Não falei que sou diferente da família. Sou diferente de todas as pessoas. Quem passou dez anos sofrendo em hospital com quatro tipo de cânceres, viu a morte de perto… Uma pessoa dessa se torna diferente de qualquer pessoa.”

Ao ser questionado sobre os rumores de ter capacidade de implodir o governo Bolsonaro, ele refuta.
“Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente. Se realmente falasse todos os segredos que sei do presidente Bolsonaro, se eu pudesse falar tudo que sei dele, da nossa relação dos últimos seis anos, sabe qual seria a consequência? Bolsonaro eleito em primeiro turno em 2022.”

Ainda de acordo com a entrevista, para o ex-advogado de Jair e Flávio, “Queiroz não teve o devido cuidado” ao enviar imagens da casa pelo WhatsApp. Wassef diz que não permitiria que Queiroz ficasse na casa se soubesse dos amigos que levou para lá. Mesmo contrariado, afirma não se arrepender de ter oferecido abrigo ao ex-assessor dos Bolsonaros.

Queiroz é um policial militar aposentado que atuou como assessor de Flávio de 2007 a 2018. O Ministério Público do Rio afirma que ele atuou como operador financeiro de um esquema de “rachadinha” (devolução de salários) no gabinete de Flávio.

Queiroz é apontado como o elo da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro. Foi ele quem indicou para o gabinete de Flávio na Alerj a mãe e a mulher do ex-capitão do Bope e antigo líder da milícia Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano durante operação policial na Bahia.

Bnews
 

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