Mutuípe completa 86 anos de emancipação política
Nesta sexta feira (12) Mutuípe a capital do Vale do Jiquiriçá completa 86 anos de emancipação política. Pela manhã foi celebrada uma missa em comemoração ao aniversário da cidade e no fim da tarde inicio de noite três bandas com trio farão a festa pelas ruas do centro da cidade para celebrar a data.
Mutuípe originou-se de uma aldeia de Índios Cariris, adquirida por volta de 1860 uma área por Manuel João da Rocha que passou a ser conhecida por fazenda Mutum, nome dado pela abundância dessa espécie de aves no local.
A fertilidade do solo que trouxe o desenvolvimento de culturas de fumo, café e mandioca nas proximidades do rio Jiquiriçá, assim como também a cultura da cana-de-açúcar e criação de gado para atender a demanda do Recôncavo açucareiro, aliados ao espírito acolhedor dos primeiros povoadores concorreram para o desenvolvimento inicial do arraial.
O fator decisivo para o seu desenvolvimento foi à chegada da linha férrea em 1905, através dos trilhos da Train Road de Nazaré, no seu avanço para o sudoeste baiano até Jequié. Promovendo não só o transporte de pessoas mais também o escoamento da produção cafeeira do vale e a sua integração com as outras localidades e principais centros regionais.
No dia 30 de Setembro de 1910 o Governador João Ferreira de Araújo Pinho, através da Lei Número 778 decretou a transferência da sede do Distrito de Paz do Riacho da Cruz para o povoado Mutum. Com a criação do município de Jiquiriçá, o Distrito de Mutum ficou pertencendo a este Município.
O desenvolvimento da Vila Mutum foi prejudicado por duas calamidades: a enchente do Rio Jiquiriçá em 1914 e o surto epidêmico da varíola em 1919. Após superar esses obstáculos, a Vila Mutum começou a crescer, através do desenvolvimento da lavoura e do comercio sendo elevada da categoria de Vila do povoado Mutum para a denominação Mutuípe pelo Governador Marques de Gois Calmon, na conformidade da Lei Número 1882, de 26 de julho de 1926. O Movimento autonomista foi liderado pelo Dr. Bartolomeu Antero Chaves. E sua posse jurídica ocorreu em 12 de outubro de 1926.
Nos anos 30, a queda do café no mercado externo, provocou uma forte retração na economia do vale com a transferência de capitais e a concentração de terras para a criação de gado. A proibição da exportação de café de terreiro e do fechamento da ferrovia na década de 60 houve um retrocesso econômico. Mais tarde chega a CEPLAC buscando retornar o nível de desenvolvimento anterior agora com a expressão da lavoura cacaueira na década de 70 em diante.
Considerando o período áureo do cacau, houve até um acerta prosperidade no município, mas com os vários planos de estabilidade da moeda e a queda dos preços nos últimos 20 anos, hoje encontramo-nos em situação latente de falência. Em Virtude disto, houve uma emigração acelerada e sem ordenamento da zona rural para a zona urbana, alem daqueles que saíram do município deslocando-se para os grandes centros urbanos (São Paulo e Salvador) causando o empobrecimento acelerado da população existente, atingindo mais de 80%.
Esse deslocamento desordenado da zona rural para a zona urbana desarticulou as famílias forçando estas mais carentes com seus filhos a ficarem excluídos do engajamento social.
Fontes: Dados Fornecidos pela Prof. Ana Maria Barreto Filgueiras (Escola Estadual Ruy Barbosa)
http://geomarvi.blogspot.com.br/2012/07/filhos-de-emilia-gomes-mutuipeba.html
http://historiamutuipe.blogspot.com.br/
http://mutuipe.com