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MP investiga balada famosa de SP por barrar "feios", gordos e negros

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou nesta semana um inquérito civil para investigar se a casa noturna Villa Mix, que fica na zona sul da capital paulista, pratica discriminação racial, social e estética. As denúncias foram feitas por supostas testemunhas e vítimas.
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No Facebook, uma página intitulada “Boicote ao Villa Mix” tem 14 mil curtidas. A descrição aponta que “a página surgiu com o intuito de divulgar relatos de pessoas que já foram discriminadas na balada Villa Mix”.
A conversa acima, que está registrada na página do boicote, mostra a discriminação de um funcionário da balada sertaneja com uma jovem. Os autores da página afirmam que a casa age contra o código de defesa do consumidor, contra as leis e contra os direitos humanos: “Esta casa noturna não deve ser ‘alimentada’. Não é certo dar dinheiro para um lugar que vai contra os seus próprios direitos. Isso é algo grave e NÃO será tolerado”.
A jovem afirma que o ato do funcionário é crime, mas o mesmo nega.
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A suspeita que recai sobre o Villa Mix é de que a casa noturna só permite a entrada de pessoas no local depois de análise da cor da pele, classe social e beleza. No inquérito, há relatos de pessoas que disseram ter sido barradas porque “não faziam o perfil da casa” e “não eram bonitas o suficiente”, e outras que ouviram: “pode ir embora que aqui não é o seu lugar”. A casa negou que pratica discriminação.

A promotora de Justiça Beatriz Helena Budin Fonseca acredita que a discriminação por parte de funcionários tenha ocorrido repetidas vezes.
— A análise dos documentos juntados demonstra a prática reiterada de discriminação racial, social e estética por parte da representada.
A foto mostra uma publicação feita por um promoter da casa noturna em sua rede social.

Nessa foto há um relato de um ex-funcionário da casa, afirmando que há sim discriminação e que há “regras” de quem entra e quem não entra na casa!

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Em nota, o Villa Mix informou que até o momento não foi citado para responder qualquer inquérito perante o Ministério Público: “Dessa forma, o Villa Mix no momento em que receber a intimação do mesmo, apresentará a sua defesa e as provas necessárias para por termo a discussão. Demonstrando que age e sempre agiu de acordo com os princípios da legalidade e da boa-fé”.
Em seu site oficial, a casa noturna alerta ser proibida a entrada de pessoas com “boné, chapéu, gorro, toca, regata, camisa de times e torcidas, mochila, correntes, chinelo, sandália rasteirinha, sandália aberta, tênis (feminino), bermuda e calça capri, camiseta de fã clubes, adereços, cartazes e faixas”.
A empresa se classifica como “casa noturna premium sertaneja da capital” e “ponto de encontro entre celebridades, artistas, músicos e da alta sociedade paulistana”.

“Essa neguinha não entra aqui hoje!” foi a ofensa racial que a estudante Thayla Elias Alves, de 22 anos, sofreu ao tentar entrar na casa sertaneja. A frase foi dita por uma recepcionista no Villa Mix. O incidente aconteceu no dia 5 de dezembro de 2014.
A jovem e suas amigas ainda tiveram dificuldade de registrar um boletim de ocorrência contra a casa. Entre os incidentes, houve o fato do pm negar que Thayla era negra: ele disse que era parda e negro é aquele que nasce bem escurinho

Thayla afirma que a ação do Ministério Público investigar a casa é válida e oportuna.

— Há diversos relatos de que esta casa noturna vem discriminando, sistematicamente, pessoas que não se enquadram no “perfil” que a casa procura.

Outro ponto levantado pela vítima é além de investigar e punir a casa noturna, a Secretaria de Segurança Pública investigue, também, a postura dos policiais da região, tanto civis quanto militares. R7 – Curta nossa fan page 

Foto: Reprodução Facebook

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