Cotidiano

Miss Distrito Federal vira juíza aos 28 anos e comenta conquista: "ainda há preconceito"

MISS BRASILIA - JUIZAA beleza da brasiliense Alessandra Baldini, 28 anos, é a primeira coisa a chamar a atenção de qualquer um. Eleita Miss Distrito Federal em 2011, ela enfrentou o preconceito e se tornou juíza federal aos 28 anos após muita dedicação. Antes disso, foi aprovada em seis concursos nos últimos três anos, tem pós-graduação pelo Ministério Público, é bacharel em direito. A juíza também seguiu a carreira de modelo internacional por um ano e meio, morando na Ásia. Antes dividida entre as passarelas e a lei, Baldini se diz feliz por ter realizado os seus dois sonhos. “Busquei conciliar as duas carreiras, mas sempre priorizando os estudos. Embora tenha interrompido os estudos para ‘modelar’ na Ásia, sabia que era temporário. Serviu de experiência de vida para amadurecer como pessoa”, revelou Baldini em entrevista ao G1 Distrito Federal. Desfilando na China, Filipinas e Tailândia, Alessandra resolveu estudar para concursos públicos após voltar ao brasil e iniciar uma pós-graduação. Apesar de ter se afastado das passarelas, em 2011 surgiu um convite da organização do Miss DF Universo para que ela se inscrevesse no concurso. Eleita Miss Cruzeiro e Miss DF aos 24 anos, Baldini chegou às semifinais do Miss Brasil. “O concurso foi realizado em São Paulo. Foram 27 participantes. Eu e mais 26 meninas ficamos duas semanas na capital paulista por conta do evento. Participávamos de eventos culturais e turísticos, bem como ensaiávamos para o grande dia. Fiquei nas semifinais”, relembra Alessandra. Após passar a coroa em 2012, a juíza resolveu perseverar no seu objetivo, com uma rotina de até 9 horas de estudos diárias, inclusive aos fins de semana, para se dedicar às provas de concursos. “Fiz vários cursos, desde os mais genéricos até os mais específicos, e fazia várias provas de concursos diversos, bem como realizava exercícios e simulados em casa”, conta. Após ser aprovada no primeiro concurso, Alessandra passou a conciliar o trabalho com os estudos. O seu objetivo maior era virar juíza. Antes disso, ela atuou como especialista em regulação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e analista do Supremo Tribunal Federal. A ex-modelo também foi aprovada em concurso para analista do Superior Tribunal de Justiça, defensora pública e procuradora do Banco Central. O sonho se realizou no dia 29 de janeiro de 2015, quando Alessandra tomou posse de juíza do Tribunal Regional Federal, vencendo uma concorrência de 90 candidatos por vaga. “É uma quebra de paradigma. Em 2012 eu ainda estava cumprindo as tarefas de miss e, em menos de três anos, estou no curso de formação de juiz federal”, comemora Baldini. “Embora o perfil das misses tenha se alterado, contando com meninas universitárias, ainda há o preconceito de que a miss apenas lê ‘O Pequeno Príncipe’. […] Tomar posse como juíza federal substituta do TRF é um símbolo de vitória”, disse a jovem. O preconceito ela disse ter sentido desde a época da graduação, quando seus colegas não acreditavam que ela poderia ser modelo e boa aluna ao mesmo tempo. “As pessoas ficam surpresas ao saber que uma modelo-miss passou em vários concursos e hoje é juíza federal. Na verdade isso deixa a vitória ainda mais gratificante. A quebra de paradigma funcionou como um plus na vitória.” Para Alessandra, este é o seu ponto de parada. “É um sonho realizado. Não preciso fazer mais concurso nenhum, pois esse era exatamente o que eu queria: chegar ao TRF e ser magistrada federal. Agora é iniciar a carreira com dedicação total”, promete.

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